São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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SALDO POSITIVO

Apurada a variação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) em novembro, técnicos da Fipe avaliaram que a alta dos preços em São Paulo este ano poderá ser inferior a 10%. O ano de 1996 marcaria a simbólica queda da inflação a um dígito. E esse não é o caso de um índice isolado.
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), apurado pelo IBGE, acumula variação de 8,39% nos dez primeiros meses do ano. O IGP-M, que inclui preços de atacado, da construção civil e ao consumidor, registra alta de 8,41% até novembro. A projeção da Fipe de que em 97 a inflação poderá ficar na casa dos 5% ao ano mostra o enorme sucesso do plano de estabilização. Isso reconhecido, a questão é se o chamado "trade-off", o confronto entre custos e benefícios, foi positivo.
A resposta é afirmativa. Comparados à insana inflação que chegava a 50% ao mês, à desorganização econômica e aos elevadíssimos custos sociais da corrosão do poder de compra dos salários, os aspectos negativos do Plano Real são problemas relativamente menores.
Não se trata de dizer que os custos sejam negligenciáveis. Os dados disponíveis indicam que a economia crescerá cerca de 3% em 96, menos que nos três anos anteriores, cuja média foi de 4,7%. Também é verdade que o desemprego neste ano, projetados os dados do IBGE, tende a chegar a 5,5%, portanto maior que os 5% de 94 e os 4,7% de 95. A valorização cambial, por fim, colocou a indústria em dura desvantagem na concorrência com os importados. Em São Paulo, o setor vem demitindo desde maio do ano passado.
Mas a melhora na distribuição de renda, os benefícios trazidos pela recuperação no ambiente econômico e na imagem do país no exterior ultrapassam em muito os aspectos penosos do plano. Tudo considerado, o saldo é certamente positivo.

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