São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Franqueadores investem na área social

ALEXANDRE LOURES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Investir em marketing social é uma atividade que está em franco desenvolvimento entre os franqueadores.
Percebendo os crescentes investimentos, a agência de publicidade DM-9 está desenvolvendo o "Social Share", diz Luiz Andrade, diretor de planejamento da agência.
O novo produto vai medir como e quanto as empresas investem na área social. Os resultados devem aparecer apenas em dois anos.
Segundo o consultor Rodrigo Drubi, 21, o investimento em causas sociais deve vir acompanhado de campanhas na mídia tradicional. "Ela dá suporte para o projeto e consolida a marca."
Mesmo sem ter ainda como medir o retorno, os franqueadores estão satisfeitos com os resultados.
A maioria nem sequer utiliza recursos obtidos com os franqueados, como acontece com as redes Fran's Café, S.O.S Computadores, salões de beleza Sun Way Zen e a Mahar Cosméticos.
A Fran's Café, que empregou R$ 10 mil patrocinando a temporada dos pilotos de kart Gustavo e Guilherme Salvatore, pretende dobrar os investimentos no ano que vem.
"A empresa fica mais simpática aos olhos do cliente", afirma José Henrique Ribeiro, 45, sócio.
Diversificando
Para Palmiro Ramos, 47, diretor da S.O.S Computadores, "vale a pena investir em esporte".
A S.O.S investiu R$ 200 mil no patrocínio do time de vôlei S.O.S/Interclínicas, de Santo André (Grande São Paulo).
Mas os gastos da rede com projetos sociais não param por aí. A empresa investe ainda R$ 5.000 mensais no grupo de teatro "Estórias da História do Brasil" e R$ 30 mil anuais no piloto de Fórmula Opel Marcelo Batistuzzi.
A Microcamp, outra escola de informática, não se contentou em patrocinar um time. Decidiu montar sua própria equipe de basquete em Campinas (SP).
"O objetivo é aliar o nome da empresa ao de uma equipe campeã", afirma Leonildo Júnior, gerente de marketing.
O custeio da equipe é 90% feito pela franqueadora e 10% pelas unidades franqueadas. A empresa não revela os valores investidos.
A rede de idiomas CNA também optou pelo patrocínio na área esportiva. Hoje, gasta R$ 10 mil com o piloto de kart Luís Felipe Gama e R$ 2.000 mensais nos tenistas Sandro e Daniella Lima.
Campanhas
Outro grande filão de marketing social é a realização de campanhas beneficentes, onde o baixo custo é o principal atrativo.
"Promover, pelo menos anualmente, um evento para ajudar entidades carentes" é o objetivo da rede de salões de beleza Sun Way Zen. A empresa adota o franchising concedendo sociedade em filiais somente para funcionários.
No último dia 1º, cabeleireiros da rede fizeram cortes de cabelo a preços populares e reverteram a renda para a campanha SOS Criança. O investimento estimado foi de R$ 3.000.
"Eventos assim sempre dão um bom retorno", diz Maria Emiko, 30, administradora.
A escola de idiomas Yázigi desembolsa R$ 3 milhões anuais em campanhas filantrópicas e de formação da criança e do adolescente. Segundo Jaime Baez, 44, diretor, o objetivo é relacionar a marca com "causas nobres".
Dois terços do dinheiro vêm do fundo de contribuição do franqueado e representa 5% do dinheiro obtido com a taxa de propaganda. O restante é pago pelo franqueador com 10% da receita da venda de material didático.

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