São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Assinante poderá fazer programação

JUNIA NOGUEIRA DE SÁ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como acontece nos mercados onde a TV por assinatura chegou há mais tempo, o brasileiro vai começar a conviver com sua faceta mais atraente: a possibilidade de escolher não só a programação, mas também o dia e a hora para vê-la.
No próximo ano, isso já vai ser possível com o lançamento do near video-on-demand (ou quase vídeo-por-encomenda).
Até junho, a Sky (empresa das Organizações Globo) espera colocar o near video-on-demand em operação para todos os seus assinantes, que devem chegar a 340 mil no final de 97.
No segundo semestre, a DirecTV (do Grupo Abril) começa a oferecer o mesmo serviço para seus assinantes, que devem ser 250 mil até o final do ano.
Cinco minutos
O near video-on-demand vai funcionar exatamente como nos EUA: com o controle remoto, o assinante seleciona, num canal específico, o filme que deseja ver e o horário mais apropriado.
Pode programar a sessão com até uma semana de antecedência ou, se preferir ver o filme na hora, vai esperar um máximo de cinco minutos por ele.
Sua TV vai sintonizar, automaticamente, um canal entre os muitos que estarão exibindo o filme selecionado. O truque é que ele começou, em cada um desses canais, com uma diferença de 15 minutos, no máximo. Ou seja, sempre vai haver uma sessão começando em minutos.
A procura por esse filme que está começando exatamente quando o assinante quer vê-lo é feita sem que ele perceba ou tenha que participar.
Crédito automático
A cada filme que assistir, o assinante terá o valor correspondente debitado de um crédito armazenado na memória do seu decodificador, um aparelho (na verdade, um computador) instalado junto à TV para converter os sinais recebidos via satélite pela miniparabólica do sistema.
Quando esse crédito terminar, a empresa (Sky ou DirecTV, dependendo do caso) se encarregará de renová-lo mandando uma mensagem também via satélite para o decodificador.
A cada vez que fizer isso, o valor do crédito será lançado na fatura mensal que o cliente recebe em casa. A vantagem dessa operação é que ela deixa a linha telefônica livre mesmo enquanto o assinante faz o pedido. O acerto de contas entre o decodificador e a empresa será automático, e feito a cada 15 dias através de uma única chamada telefônica curta.
O preço por cada filme "encomendado" ainda não foi definido, mas não deve ficar longe dos R$ 3,50 cobrados hoje pela DirecTV no sistema pay-per-view (em que não se escolhe dia nem hora para ver os filmes), já em operação.
Tanto a Sky quanto a DirecTV falam ainda em aumentar o número de canais oferecidos aos assinantes no ano que vem.
A DirecTV quer ampliar seus 19 canais de pay-per-view e chegar aos 100 canais no total, negociando a possibilidade de incluir alguns abertos (recebidos por qualquer TV) entre eles.
A Sky, que lança ainda este mês os seis primeiros canais de pay-per-view, pretende somar mais 50 no ano que vem e fechar 97 com um total de 100 canais, alguns deles abertos.

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