São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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"Dona Anja" estréia amanhã com ditadura e sexo como pano de fundo

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A ditadura militar, as brigas políticas entre o MDB e a Arena e um bordel formam os vértices da trama de "Dona Anja", que estréia amanhã, às 22h, no SBT.
A novela -dirigida por Roberto Talma e produzida pela independente Fábrica de TV- é baseada no romance do gaúcho Josué Guimarães e foi adaptada por Talma e Yoya Wursh.
Talma não comenta os custos dos 120 capítulos da trama. "Para fazer direito é caro. Um capítulo da TV Globo não custa menos de US$ 130 mil. Não avalio pelo preço", diz Talma.
A nova produção do SBT retrata o cotidiano da cidade de Rosário, no interior Rio Grande do Sul, entre os anos 1970 e 1977.
A trama começa com a chegada de Dona Anja (Lucélia Santos) uma mulher sensual, liberada e dona de um imenso apetite sexual, que vai se casar com o coronel Quineu (Jonas Mello).
Em Rosário também vivem o prefeito Francisco Salena (Luiz Guilherme) -representante da Arena e político corrupto-, o vereador do MDB Pedrinho Macedo (Giuseppe Oristâneo) -idealista e contestador da ditadura-, suas famílias e agregados, além de Padre Antônio (Sérgio Mamberti), um conservador com traços liberais.
Para conter o apetite da mulher, Quineu reúne os rapazes da cidade em sua casa para jogar bilhar e ajudá-lo na "tarefa". O coronel acaba morrendo em uma de suas tentativas.
Anja herda o casarão, o resto da fortuna do coronel fica para um filho que ele nunca conheceu. Para ganhar dinheiro, a viúva -que perde o desejo e engorda- decide abrir um bordel.
Nas chamadas da novela, no ar há duas semanas, já se nota uma grande dose de erotismo.
"É um pouco cascata dizer que só tem sexo. Tem sexo, mas tem a hipocrisia da ditadura, a sacanagem da política. Tem três coisas que regem qualquer ditadura: o militarismo, o sexo e a religião. Tem sexo, de forma não explícita. É óbvio, porque não faço pornografia", diz Talma.

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