São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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Botijões têm novas regras de segurança

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

As distribuidoras de gás de cozinha assinaram um documento de auto-regulamentação que cria novas regras de segurança para os botijões de gás.
As medidas devem aumentar a responsabilidade dos distribuidores com a qualidade dos botijões e reduzir o número alarmante de acidentes causados por vazamento de gás (leia texto abaixo) .
A norma mais importante, que entrou em vigor no mês passado, é a requalificação -revisão completa- dos botijões com mais de 15 anos de uso.
"Existem muitos botijões em condições precárias. Foram anos de discussões entre o governo federal e as empresas do setor até chegarem a um acordo", diz o gerente da diretoria de qualidade do Inmetro (Instituto de Metrologia), Ricardo Nóbrega, 44.
Existem atualmente cerca de 83 milhões de botijões circulando no país. Desse total, no mínimo 15% estão sucateados.
Segundo Eduardo Santos, chefe de fiscalização do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), existem botijões de até 50 anos de uso no mercado. Na maioria dos outros países, a vida útil de um botijão é de dez anos.
"Com o passar do tempo, o botijão sofre alterações, enferruja, o que pode significar um grande risco aos consumidores", diz Santos. Ele acredita que as novas medidas facilitarão a fiscalização do DNC.
A meta para o primeiro trimestre de aplicação da nova norma prevê testes em 500 mil botijões. Para o próximo trimestre, o número sobe para 1,5 milhão e, no seguinte, dois milhões. O DNC acredita que a transição dure dez anos.
Com a nova norma, os botijões deverão passar por uma requalificação a cada 15 anos.
O processo será feito em oficinas credenciadas ao Inmetro.
Centros de destrocas
Outra novidade é a criação de centros de destroca, onde as companhias irão deixar botijões que não lhes pertencem e recolher os que levam suas marcas.
Atualmente a maioria das empresas envasam botijões de outras marcas, o que dificulta apontar os responsáveis em caso de acidentes.
"As próprias companhias sentiram a necessidade de melhorar a qualidade na distribuição. A partir de agora, elas fiscalizarão umas as outras", afirma Ivo Gastaldoni Filho, 45, coordenador nacional dos centros de destrocas.
O país deverá ter dez centros de destroca. O primeiro foi inaugurado em Goiânia (GO), no fim do mês passado.
As revendedoras de gás também serão obrigadas a fazer testes para a detecção de vazamentos. Elas terão até janeiro para se equipar.

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