São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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Bisilliat lança "Bahia Amada Amado"

ANA MARIA GUARIGLIA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O livro "Bahia Amada Amado" que a fotógrafa Maureen Bisilliat lança hoje no Memorial da América Latina poderia ter sido lançado há 30 anos, mas, segundo ela, o significado não seria o mesmo.
Em 1966, seria apenas um projeto do editor suíço Josef Brunner, sem a homenagem a Jorge Amado.
Mas poderia ter sido impresso se Bisilliat não tivesse vendido, sem saber, os 80 cromos separados para a edição.
Na pressa, ela colocou as cartelas com os cromos em uma revista e a vendeu misturada com jornais velhos para um garrafeiro.
É óbvio que nunca mais conseguiu reaver seu trabalho. Mas ela compensou a perda.
"Eu tinha umas cópias ruins, que converti para preto-e-branco, então comecei a pintá-las", diz.
Bisilliat usou purpurinas e tintas do tipo "Ecoline" e começou a fazer várias experiências.
Manipulou a emulsão, modificou as iluminações, usou filmes infravermelhos e, com a pintura, reavivou os estudos com o pintor André Lhote, em Paris, em 1955.
Essas fotos estão na atual publicação e, como diz a fotógrafa, elas enfatizam a linguagem do livro.
Nos anos 60, como um Pierre Verger de saias, Bisilliat documentou a Bahia alucinadamente, caminhando de um lado para outro com Amado e Zélia Gattai.
As fotos foram tiradas sem a pretensão de fazer um livro. Mas novas descobertas vieram com o tempo, e ela não quis perder o fio da meada.
Retomou as fotos, selecionou os textos e os incorporou a uma sequência de imagens e leituras equivalentes. Bisilliat faz questão de salientar que o livro não é um trabalho exclusivamente seu.
"Na parte formal da confecção, é o resultado de uma parceria feliz com Marcos Albertin e uma equipe especializada de gráficos."

Evento: lançamento do livro e exposição "Bahia Amada Amado"
Onde: Memorial da América Latina (av. Mário de Andrade, 664, Barra Funda, SP, tel. 011/823-9664)
Quando: hoje, às 19h; exposição de ter. a dom., das 9h30 às 18h
Preço do livro: R$ 89

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