São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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EUA pressionam por informática

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

Os EUA não querem sair de Cingapura sem o que mais vieram buscar: o ITA (iniciais em inglês de Acordo sobre Tecnologia da Informação). "Se não se conseguir o ITA aqui, há sério risco de que não vamos consegui-lo em futuras oportunidades", disse ontem Jeffrey Lang, embaixador dos EUA em Genebra, a sede da OMC.
O ITA envolve tudo o que diz respeito à informática, de supercomputadores aos computadores pessoais, passando pelos seus programas. Em 95, a exportação desse tipo de produtos representou cerca de US$ 595 bilhões, de acordo com relatório divulgado ontem pela OMC. Foi também o setor de maior crescimento comparativo.
É, portanto, o filão número do final do século. Hoje, haverá uma reunião do grupo chamado "Quad" (de quadrilateral, por envolver EUA, União Européia, Japão e Canadá), para tentar acertar detalhes finais do acordo.
Como o "Quad" representa 63% do comércio mundial nessa área, sua posição torna-se decisiva.
Lang lança uma isca em direção aos países em desenvolvimento que ainda resistem à idéia do acordo. Admite que "um pequeno número de produtos" poderia ficar inicialmente de fora da pretendida tarifa zero, até 2000, para todos os equipamentos informáticos.
Não diz quais produtos nem quais países poderiam ser beneficiados. A delegação brasileira não engoliu a isca. Acha que o que os EUA querem é abrir novas áreas para a sua produção e lembra que o setor de informática está na lista de "produtos sensíveis", estabelecida nos acordos do Mercosul.
(CR)

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