São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996 |
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Portuguesa vira mania de torcedor Polidor tem fixação por ingressos da equipe ARNALDO RIBEIRO; JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Mineiro de Uberaba, Araújo chegou a São Paulo em 1971. Seu primeiro contato com a Portuguesa teve como intermediário o jogador Enéas, grande ídolo do time nos anos 70, morto num acidente de carro. "O Enéas me levou ao Canindé para polir os carros dos jogadores e não saí mais de lá", disse. Depois de "adotar" a Portuguesa como time do coração, Araújo passou a colecionar canhotos dos ingressos das partidas do time a partir de 1977. Hoje, ele tem cerca de 600 bilhetes, colados em álbuns. "Em São Paulo, compareço a todos os jogos do time. Fora da cidade, também procuro ir. Quando não dá, dou um jeito de conseguir o ingresso." Entre os bilhetes mais raros, se destaca um do jogo entre Itumbiara e Portuguesa, disputado em Goiás na década de 80. O hobby do polidor se tornou mais difícil a partir do momento em que os ingressos pararam de ser impressos em papel. "Agora, o que vale é o cartão magnético, que é engolido pela catraca", disse Araújo. A solução encontrada pelo torcedor foi dispendiosa. Ele passou a comprar dois ingressos para cada partida, só para guardar o cartão magnético como lembrança. Seu gasto com a Portuguesa dobrou. Mas o dinheiro arrecado com o polimento dos carros financia o hobby e os jogadores da Portuguesa estão entre os principais fregueses. Araújo vai ao Canindé às terças e sábados, há cerca de 20 anos, para "dar um trato" nos possantes carros dos atletas. "Cobro R$ 20,00 pelo serviço. Meus principais fregueses são: Capitão, Carlos Roberto, Gallo, Caio e Zinho", disse. Só com os serviços prestados no Canindé, o polidor contabiliza uma arrecadação de R$ 500,00 mensais. "Dá para levar um vida decente e continuar acompanhando a Portuguesa, sem precisar de qualquer ajuda do clube", afirmou. Apesar da fixação pela Portuguesa, Araújo disse que não acreditava que o time pudesse disputar a decisão do Campeonato Brasileiro. Hoje, ele ainda se mostra reticente. "Tenho planos de ir ao Rio Grande do Sul no domingo para o segundo jogo da decisão, desde que a Portuguesa vença o primeiro jogo por pelo menos 1 a 0." Quanto ao ingresso... "Esse já está garantido. Mesmo se eu não comparecer, dou um jeito de conseguir." (ARNALDO RIBEIRO) (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO) Texto Anterior: 'Não vazar' é desafio para goleiro gremista Próximo Texto: Ronaldinho volta ao Rio 'disfarçado' Índice |
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