São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 1996
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Obra antienchente vira área de lazer

ROSANA ZAKABI
DA FT

As obras do piscinão antienchente da Água Espraiada (zona sul de São Paulo), que estão paradas desde o final de novembro, segundo os moradores da região, estão sendo usadas como campo de futebol e "área de lazer".
Ontem, às 11h, havia cinco garotos jogando futebol na obra do piscinão. "Como não tem ninguém, montamos um campinho aqui", disse o estudante Silvio Pereira Bezerra, 10.
Ele disse que, além de jogar futebol, os moradores da região também empinam pipa e até andam de patins nas obras, principalmente nos finais de semana.
No local, há apenas uma escavadeira no fundo das obras.
Pelo menos cinco casas do local estão desapropriadas -algumas já estão sem portas e janelas-, mas ainda não foram demolidas.
Os moradores de uma favela próxima ao piscinão disseram que pensam até em construir barracos no local. "Se tudo continuar como está, vou transferir meu barraco para o terreno das obras", disse o ajudante-geral Cícero Santos da Costa, 23.
No mês passado, a prefeitura havia retomado as obras em "ritmo lento".
As obras estavam paradas havia cerca de dois meses.
A previsão da Secretaria das Vias Públicas era entregar as obras no máximo até o final do ano, mas os próprios funcionários que estavam no local no mês passado- cerca de 25 por dia- diziam que era praticamente impossível entregar as obras antes de fevereiro do ano que vem.
Depois de concluído, o piscinão terá capacidade para receber 440 milhões de litros de água.
Os dois viadutos que passariam sobre a avenida Água Espraiada e que fazem parte da obra estavam previstos para ser entregues em dezembro, mas ainda não começaram a ser construídos devido ao impasse na questão da desapropriação da área.
A prefeitura atribui o atraso das obras do piscinão às chuvas e ao impasse nas desapropriações.
Técnicos da Secretaria de Vias Públicas definem esta semana se vão alterar o cronograma de entrega das obras.
Segundo a secretaria, não há como trabalhar nas obras no período de chuvas porque o terreno fica com muita lama e há risco de desabamentos. Até fevereiro, a previsão da meteorologia é de chuvas constantes.
Além disso, há o impasse nas desapropriações de imóveis no local. Pelo menos 25 -entre eles, um motel- precisam ser desapropriados. A questão ainda depende de decisão da Justiça.

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