São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 1996
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Dívida chega a R$ 4,1 bi

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Saúde vai herdar um ministério que passa por sua pior crise desde o início do governo Fernando Henrique. As dívidas junto a fornecedores, hospitais e órgãos públicos chegam a R$ 4,1 bilhões.
Carlos César de Albuquerque, o novo ministro, terá menos de uma semana para resolver um dos impasses que levaram à queda de Adib Jatene: a dívida de R$ 1,1 bilhão com os hospitais conveniados.
A dívida se refere ao não-pagamento do reajuste de 25% da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) desde maio passado.
Se a dívida não for paga até 20 de dezembro, a FBH (Federação Brasileira dos Hospitais) ameaça adotar medidas judiciais para que seus filiados não sejam responsabilizados por mortes que ocorrerem em consequência de más condições de funcionamento.
O dinheiro que os hospitais têm a receber do ministério equivale a um mês e meio de faturamento.
"A situação dos hospitais é dramática por causa dos atrasos sucessivos no repasse mensal, e o novo ministro vai ter muitos problemas. Estamos dispostos a ajudar. Mas, se não houver reciprocidade, ele enfrentará os mesmos desgastes que derrubaram Jatene", afirmou Carlos Eduardo Ferreira, presidente da FBH.
Para Ferreira, o maior desafio de Albuquerque será redefinir o papel da iniciativa privada no atendimento à população, recompor a tabela de pagamento dos serviços (sem reajuste desde julho de 94) e resgatar a credibilidade do setor.
"O ex-ministro Jatene queria nos marginalizar, e a imagem dos hospitais privados ficou abalada. Se não houver reajuste, não fará o menor sentido continuar credenciado ao SUS", disse o presidente da FBH.
O ministério deve R$ 260 milhões a fornecedores de vacinas e precisa repassar R$ 456 milhões à Fundação Nacional de Saúde até o fim deste ano para que possam ser feitas licitações para a compra de inseticidas, medicamentos e vacinas.

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