São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 1996
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Obras de arte ficam de fora de leilão de privatização do Banerj

Acervo inclui trabalhos de Portinari e Di Cavalcanti

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 900 obras de arte do acervo do Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), incluindo quadros de Portinari, Di Cavalcanti e Guignard, ficarão de fora do leilão de privatização do banco, marcado para a próxima terça-feira.
A garantia foi dada pelo secretário estadual do Planejamento, Marco Aurélio Alencar, que procurou dar fim à especulação que tomou conta do mercado de artes de que as obras seriam incluídas nos ativos privatizáveis do banco.
A especulação ganhou força a partir de declarações do prefeito do Rio, César Maia (PFL), que afirmou que as obras seriam incluídas nos ativos a serem privatizados na Bolsa de Valores do Rio, no dia 17.
"Em nenhum momento pensamos na hipótese de transferir o acervo para o Banerj/SA. Os ativos do Banerj já foram transferidos para o banco novo, e o acervo cultural nunca foi transferido", garantiu Alencar.
O secretário estadual da Cultura, Leonel Kaz, afirmou que as obras, inicialmente, serão transferidas para a reserva técnica climatizada dos museus Antonio Parreiras e Ingá, no município de Niterói.
Depois, o governo deverá promover uma série de exposições itinerantes, em outros museus e casas culturais.
"Vamos realizar uma série de exposições temáticas", disse Kaz. Segundo ele, está sendo estudada a possibilidade de instalar alguns dos grandes painéis do acervo em entradas de teatros estaduais.
A maior parte do acervo foi adquirida em 1964 e 1965, quando o então Banco do Estado da Guanabara era presidido pelo banqueiro Antonio Carlos de Almeida Braga.
São em geral obras relacionadas à pintura brasileira do século 20, esculturas, pinturas, tapeçarias e gravuras. As obras estão espalhadas por agências e gabinetes de diretores do Banerj.
Maia propôs que as obras fossem compradas pela prefeitura e mantidas em um museu. A secretária municipal da Cultura, Helena Severo, temia que as obras fossem parar em casas de particulares.
Ao garantir que as obras não serão leiloadas, Alencar anunciou um estudo, em colaboração com Secretaria de Estado de Cultura, para apurar como as obras foram adquiridas e, assim, aproveitar para contar a história do Banerj.

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