São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 1996 |
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Tung é eleito governador de Hong Kong
JAIME SPITZCOVSKY
Ele assume o poder em 1º de julho de 1997, quando a colônia britânica volta ao controle de Pequim e se encerra período de mais de 150 anos de dominação estrangeira. O processo de escolha de Tung representa uma "farsa" montada pelo Partido Comunista chinês, acusaram ativistas pró-democracia que protestaram diante do prédio em Hong Kong no qual se reuniu o Comitê de Seleção (colégio eleitoral de 400 pessoas escolhidas pela China). A polícia deteve 29 manifestantes na última colônia importante do Reino Unido. Tung, um empresário do setor de transporte marítimo, obteve 320 votos entre os 400 "notáveis" do comitê. Os outros candidatos, Yang Ti Liang e Peter Woo, tiveram 42 e 36 votos, respectivamente. Houve dois votos nulos. Na montagem do colégio eleitoral, a China barrou ativistas pró-democracia e trouxe principalmente representantes do mundo dos negócios. O PC e os principais empresários de Hong Kong selaram uma aliança para administrar a volta do território ao controle de Pequim. A China, nas reformas pró-capitalismo, precisa dos investimentos de Hong Kong, um dos principais centros financeiros da Ásia. Nascido em Xangai, Tung e sua família se mudaram para Hong Kong a fim de fugir da vitória comunista na guerra civil chinesa, terminada em 1949. A reaproximação de antigos adversários se evidenciou nos anos 80, quando Pequim ajudou a levantar fundos para evitar a falência de sua empresa de navegação. O empresário despontou como favorito de Pequim em janeiro, ao ser cumprimentado pelo presidente Jiang Zemin durante uma cerimônia na capital chinesa. A China classificou a votação de ontem como um "importante passo no desenvolvimento da democracia em Hong Kong". O governo chinês argumenta que, pela primeira vez, habitantes do território participaram do processo de escolha do governador, antes nomeado por Londres (capital do Reino Unido). Em discurso depois da vitória, Tung enfatizou a "busca da estabilidade". "Agora somos responsáveis por nós mesmos. Acredito que o povo de Hong Kong tem confiança no futuro", disse. Para os militantes pró-democracia, Tung representa "um leal seguidor das ordens de Pequim". Hong Kong volta ao controle de Pequim sob a fórmula "um país, dois sistemas", negociada nos anos 80 entre China e Reino Unido. Ou seja, o governo chinês se compromete a não alterar, pelo menos nos próximos 50 anos, o sistema capitalista e de liberdade de expressão no território. Texto Anterior: Suposto Unabomber alega ser inocente; Ganês é favorito à sucessão na ONU; Suíça vai investigar negócios com nazistas; Funcionalismo faz greve de um dia na Espanha; África do Sul adota lei liberal sobre o aborto; Renuncia o ministro do Tesouro britânico Próximo Texto: As datas para a volta a Pequim Índice |
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