São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Testes tiram 4 camisinhas do mercado

CRISTINA RIGITANO
DA SUCURSAL DO RIO

Testadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), quatro marcas de camisinha vão sair do mercado a partir de segunda-feira.
Por ter menos de 16 cm -tamanho exigido pelo Inmetro-, a camisinha nacional Blowtex Teens foi reprovada no teste do comprimento.
Além de retirar o produto do mercado, a Fábrica de Artefatos de Látex Blowtex, de São Paulo, deve ser multada na próxima segunda-feira em R$ 50 mil.
O fabricante alegou ao Inmetro que o preservativo é destinado ao público adolescente, e, por isso, teria tamanho reduzido.
"Não aceitamos essa justificativa. Afinal, já fomos adolescentes", disse o presidente do Inmetro, Júlio Bueno, 41.
A Blowtex Teens é responsável por menos de 1% da produção da fábrica paulista.
As importadas Preserv Alta Proteção, Lifestyle Extra Proteção e Lifestyle Texturado foram reprovadas no ensaio de capacidade volumétrica e pressão de estouro. As três marcas não resistiram aos 15 litros de ar a que foram submetidas e estouraram.
As empresas Takaso Rubber Products, da Malásia -fabricante da Preserv-, e a norte-americana Ansell Inc. -que fabrica a Lifestyle- serão multadas em R$ 1 milhão.
"Esses produtos colocam em risco a vida do consumidor", disse Bueno, referindo-se ao risco de se contrair doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids.
Selo de garantia
Durante cerca de 40 dias, o Inmetro testou 8 das 11 marcas reprovadas nos exames feitos há aproximadamente dois meses pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), com 20 tipos de preservativos.
Os outros três preservativos reprovados pelo Idec não tinham o selo de garantia de qualidade do Inmetro, mas se adequaram e foram liberados.
Foram checadas 2.177 camisinhas, recolhidas de prateleiras de farmácias do Rio e de São Paulo. Os testes foram feitos nos laboratórios Falcão Bauer e INT (Instituto Nacional de Tecnologia).
Envelhecimento
"Para voltar ao mercado, os fabricantes terão que evidenciar que se adequaram ao nosso controle de qualidade", afirmou Bueno.
A partir de janeiro de 97, o Inmetro vai fiscalizar fábricas de camisinhas, inclusive estrangeiras. "Só aceitaremos importação de preservativos se a fábrica for aprovada." Malásia, China e Estados Unidos são os maiores exportadores de camisinhas para o Brasil.

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