São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Maia se diz vítima de ameaça de atentado

RONI LIMA

RONI LIMA; RENATA RODRIGUES
DA SUCURSAL DO RIO

Autores de suposto plano seriam camelôs; secretário da Segurança diz que 'tem que ver para acreditar'

Um suposto plano para matar o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que teria sido elaborado por camelôs que atuam em Copacabana (zona sul), foi denunciado anteontem em um telefonema anônimo para o 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar).
Segundo a denúncia, o atentado partiria de camelôs insatisfeitos com a política de repressão de Maia ao comércio ambulante.
O prefeito seria atacado em uma solenidade organizada, no centro do Rio, pela Confraria do Garoto. Maia seria homenageado em frente ao prédio numero 13 da avenida 13 de Maio, às 13h de ontem.
Para espantar o azar e levantar o astral da cidade, os membros da Confraria do Garoto comemoram a sexta-feira 13 na avenida 13 de Maio, às 13h.
Na noite de anteontem, após conversar com o prefeito sobre a possibilidade do atentado, o coronel Fernandes Lima, chefe da Coordenadoria Militar da prefeitura, decidiu que Maia não deveria comparecer ao evento e mandou reforçar a segurança.
Suspeitos
A suspeita de envolvimento de camelôs no atentado levou o prefeito do Rio a abrir a entrevista ontem sobre o assunto mostrando a capa da Folha com a foto dos camelôs em Moscou. "Isso poderia ser o Rio antes do Cesar Maia."
Maia afirmou que não fazia a menor idéia de como seria o atentado. Segundo ele, um comunicado da P2 (polícia secreta) afirmou que haveria dois suspeitos. Um deles seria um camelô e o outro seria um homem que o ajudaria.
O prefeito disse que há cerca de três anos ele costuma decidir se vai ou não a compromissos em lugares públicos em cima da hora, por questões de segurança, e que já estava pensando em não ir. O prefeito mandou informar que tinha compromissos de agenda.
O comandante do 5º BPM, tenente-coronel Pedro Patrício, disse que não tinha "dados concretos" sobre o suposto atentado.
Ele afirmou que estava investigando e não poderia dizer ainda se camelôs estariam envolvidos.
Informado do telefonema anônimo por Patrício, o secretário de Estado da Segurança Pública, general da reserva Nilton Cerqueira, disse ser "um pouco como São Tomé". "Eu tenho que ver o plano para acreditar."
Maia disse que seria injusto generalizar opiniões a respeito de camelôs, já que parte deles são desempregados, que estão passando necessidade e tem de trabalhar.

Colaborou Renata Rodrigues, free-lance para a Folha

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