São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Livro mostra 'segredos' de empresário da Inglaterra

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

As relações entre empresas concorrentes nunca mais foram as mesmas na Inglaterra depois que a Justiça britânica condenou, em 1993, uma das maiores companhias aéreas do mundo, a British Airways, a pagar uma indenização de cerca de US$ 1 milhão (fora os custos dos advogados) para uma empresa muito menor, a Virgin Airways.
O crime da British Airways foi desencadear uma campanha contra o concorrente que quebrava princípios da concorrência leal.
Passageiros da Virgin começaram a ser procurados por funcionários da BA que informavam que a Virgin não poderia fornecer os lugares marcados e ofereciam assentos nos vôos da BA. Ou então ofereciam vantagens -como passagens de graça- para que os passageiros trocassem de companhia.
Além disso, a BA contratou uma empresa de relações públicas para deixar vazar para a imprensa um dossiê sobre a Virgin, com fatos verdadeiros ou não que poderiam prejudicar a imagem da empresa e do seu presidente, Richard Branson, um dos mais polêmicos empresários da Inglaterra.
Um dos fatores que barrou a ação da BA foi a fidelidade dos clientes da Virgin. Passageiros começaram a escrever para a Virgin contando o que tinha acontecido, permitindo que Branson reagisse rapidamente.
Esse episódio é um dos muitos relatados no livro "Virgin King", do jornalista inglês Tim Jackson, recentemente lançado no Brasil, que mostra como Branson conseguiu estabelecer um relacionamento muito especial com clientes, fornecedores, imprensa, governos -e como essa sua habilidade é uma das chaves do seu imenso sucesso como empresário.
Branson começou seus negócios no final da década de 60, inicialmente vendendo discos pelo correio. Em menos de três décadas ele construiu um império que foi recentemente avaliado pelo jornal "Sunday Times" como valendo cerca de US$ 2,5 bilhões.

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