São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
Próximo Texto | Índice

Portuguesa quer fim do 'inquilinato'

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com boas possibilidades de conquistar o título mais importante de sua história, amanhã, em Porto Alegre, a Portuguesa quer deixar de ser um "time de aluguel" na próxima temporada, aproveitando-se do novo status.
Será o fim dos jogadores que acertavam contratos por um curto período, encarando o clube como um trampolim para futuras transferências.
Assim, a Portuguesa dificilmente fará contratações por empréstimo para 1997.
Hoje, a equipe tem sete jogadores emprestados.
São eles: os laterais Valmir (Bragantino) e Carlos Roberto (Corinthians), os zagueiros César (Ponte Preta) e Marcelo (Shimizu, do Japão), o volante Gallo (Santos) e os atacantes Luciano (Vila Nova) e Nélson Bertolazzi (dono do passe).
O passe mais caro é o de César: R$ 1 milhão. O volante Gallo custa R$ 400 mil.
"A idéia é contratar todos em definitivo. Hoje, isso é possível. Com a mudança de mentalidade do clube, os jogadores querem ficar na Portuguesa, o que dificilmente acontecia", disse o diretor Antônio Duque.
Valorização
Os dirigentes, entretanto, estão preocupados com a valorização do atual elenco, devido à campanha surpreendente no Brasileiro.
"Queremos ficar com nossas principais estrelas, mas não sabemos, por exemplo, quanto o Candinho (técnico) vai pedir para permanecer", afirmou Duque.
"Na Portuguesa ou no Corinthians, eu vou querer um bom contrato para a próxima temporada. A final de um Brasileiro valoriza todo mundo", disse o lateral Carlos Roberto.
Além de manter Rodrigo, Zé Roberto e os demais jogadores, a intenção da Portuguesa é contratar mais sete ou oito jogadores para o ano que vem.
"Temos que formar um grupo forte o suficiente para disputar competições internacionais", disse Duque.
Se vencer o Brasileiro, a Portuguesa irá disputar a próxima Taça Libertadores. Se perder, deve participar da Copa Conmebol.
Investimento
Todo esse projeto precisa de um grande investimento para ser viabilizado.
Não é à toa que o clube cobiça um contrato de co-gestão com uma empresa multinacional, nos moldes do acordo Palmeiras-Parmalat.
O contrato com o atual patrocinador, a Armarinhos Fernando, rende cerca de R$ 70 mil mensais ao clube, e termina no final de dezembro.
"O time atual foi montado praticamente a custo zero. Investimos apenas R$ 200 mil, sendo que ganhamos R$ 150 mil só no empréstimo do Tiba ao Corinthians. Mas, para o ano que vem, tudo vai mudar", afirmou Duque.
Os dirigentes estimam que o investimento da Portuguesa será dez vezes maior em 1997.
A folha de pagamento, hoje em torno de R$ 350 mil, deverá, pelo menos, duplicar.

LEIA MAIS sobre a decisão nas págs. 3-7 e 3-8

Próximo Texto: Viva a Lusa e Portugal!
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.