São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Homem toma 35 reféns em Paris

BETINA BERNARDES
DE PARIS

Um homem armado com um fuzil 9 mm invadiu um prédio ontem à tarde no centro de Paris e fez 35 reféns. Duas pessoas ficaram levemente feridas.
O homem, cujo nome não foi revelado, tem cerca de 50 anos. Ele entrou, por volta das 11h30 (hora local, 8h30 em Brasília), no imóvel no número 99 do bulevar Haussmann, no oitavo distrito de Paris, próximo ao Ministério do Interior e ao Palácio do Eliseu, a sede da Presidência da França.
Ele estava com a arma escondida sob a roupa. Subiu ao terceiro andar do prédio de fachada antiga, onde funciona a instituição financeira ADC.
Por volta das 13h, foram ouvidos tiros. Um homem e uma mulher ficaram levemente feridos.
A polícia foi imediatamente acionada e cercou a área. Um procurador da República foi chamado ao local.
O quarteirão do prédio foi fechado e um cordão isolou o edifício.
Dezenas de carros da polícia, dos bombeiros e ambulâncias estacionaram diante do prédio. Pessoas que passavam pelas ruas próximas se juntavam em torno do cordão e aguardavam o desenrolar dos acontecimentos.
Estilhaços
As circunstâncias em que as duas pessoas foram feridas não foram esclarecidas.
Segundo informações preliminares, uma das vítimas teria sido atingida na barriga por estilhaços do vidro de uma janela perfurada por uma das balas.
Os dois feridos receberam os primeiros socorros no local e foram levados a um hospital próximo.
O homem que invadiu o banco privado continuou mantendo 33 pessoas como reféns.
Ação
O prédio não foi esvaziado. A polícia deu ordens para que todos ficassem dentro de seus escritórios.
Funcionários de outros andares do edifício se debruçavam na janela para tentar ver o que estava acontecendo.
Às 14h, bombeiros e policiais se preparavam para uma intervenção e tomaram posição no corredor de entrada do prédio.
O invasor, no entanto, começou a soltar os reféns. Foram liberadas 34 pessoas. Apenas uma continuou sob a mira da arma.
Às 15h, após negociar com os policiais, o homem se entregou. Ele foi levado para Departamento de Polícia Judiciária.
Desespero
O homem seria um ex-funcionário da instituição financeira que teria pendências judiciais com o banco.
Ele teria dito aos policiais que é uma pessoa "de valor" e que só praticou esse ato por estar desesperado e cansado de esperar por uma solução definitiva vinda da Justiça.
Até as 20h de ontem, ele ainda estava sendo interrogado pela polícia francesa.

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