São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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B. B. King oferece blues de graça

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O guitarrista mais simpático da história do blues, B. B. King, faz hoje seu primeiro concerto gratuito no Brasil.
Em uma entrevista coletiva, em São Paulo, B. B. King prometeu um show mais dançante e com mais sucessos do que os que ele fez nas casas noturnas durante a pequena turnê brasileira.
Ele costuma definir as músicas na hora do show, mas alguns sucessos, como "Let The Good Times Roll", "We're Gonna Make it" (gravada por Little Milton), "The Thrill Is Gone", "Everyday I Have The Blues" e "Rock Me Baby" são boas apostas para constar do repertório.
O guitarrista também deve cantar "When Love Comes To Town", homenagem a ele gravada pelo grupo irlandês U2.
Colheita de algodão
Com as mortes de Freddie King e de Albert King, B. B. King se tornou o último grande bluesman a ostentar a coroa como apelido.
Ele trabalhou em campos de algodão e foi radialista antes de se tornar um dos reis do blues.
Como outros bluesmen, o guitarrista foi descoberto nos anos 60 pelos jovens brancos, impressionados com seu senso melódico, com sua técnica de fraseados curtos e notas longas e com o vibrato feito com a mão esquerda.
Hoje, aos 71 anos, rico, famoso e cheio de prêmios, B. B. King poderia passar o resto da vida curtindo uma merecida aposentadoria. Mas prefere passar 250 dias por ano viajando o mundo para se apresentar com Lucille -como ele apelidou sua guitarra Gibson.
Seu show não tem a mesma energia endiabrada de uma apresentação de Buddy Guy, por exemplo. São estilos diferentes. B.B. King é o mais melódico e romântico dos grandes bluesmen.
E é, provavelmente, o mais bem-humorado também. Ele costuma brincar todo o tempo com a platéia. A alegria é uma marca registrada do resto da excelente banda que o acompanha há anos.
O roliço trompetista James Bolden saracoteia durante todo o show, de uma forma bastante peculiar, com meneios de cabeça.
Mais discreto e quieto, Michael Doster, o único branquelo da banda, é outro destaque, exibindo muito suingue no baixo. Como vários músicos de soul -entre os quais James Brown e Wilson Pickett-, B.B. King é acompanhado por dois bateristas, o que torna o som da banda mais encorpado. Como o próprio rei do blues.

Show: B. B. King
Onde: praça da Paz, parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, sem número) Quando: hoje, às 11h
Quanto: entrada franca

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