São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996 |
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Notícia 'esquenta' briga com o SBT
DANIEL CASTRO
O "Cidade Alerta", espécie de cover do "Aqui Agora" apresentado por Nei Gonçalves Dias, cresceu 240%. Tinha audiência de 42 mil domicílios em janeiro e saltou para 143 mil em outubro. O telejornal entra no ar às 18h, com 2 ou 3 pontos no Ibope. Levanta a audiência para 4 ou 5 pontos (com picos 6 ou 7). Mais sério, embora popular, o "Jornal da Record", em seguida (às 19h30), consegue manter ou ampliar o público conquistado pelo "Cidade Alerta". Em outubro, o "Jornal da Record" teve média de audiência de 173 mil domicílios -um crescimento de 162% em comparação com os 66 mil de janeiro. A maratona de telejornalismo na Record dura duas horas e meia -das 20h15 às 20h30 há o "Informe São Paulo". Depois dos telejornais, a audiência despenca para 1 ou 2 pontos. "Jornalismo nunca deu audiência na TV. Estamos tentando provar que dá. É só fazer o que o telespectador quer ver", diz Eduardo Lafon, 48, diretor de operações e programação da Rede Record. O diretor de jornalismo da Record, James Rúbio (ex-Manchete), 59, agradece ao SBT pelo sucesso de sua emissora. "Justiça seja feita, os erros do SBT nos ajudou, quando anteciparam o 'Aqui Agora' das 18h30 para as 17h30 (em maio). O público do 'Aqui Agora' migrou para o 'Cidade Alerta'. Quando o 'Aqui Agora' voltou para as 18h30, já tínhamos consumado nossa audiência. Briga com o SBT O jornalismo da Record "bate de frente" com o do SBT. Mas, embora esteja crescendo, ainda está longe dos 327 mil domicílios de audiência média do "TJ Brasil" em outubro. No entanto, a Record tem festejado quase diariamente alguns minutos em que empata ou supera a audiência do "Aqui Agora" ou do "TJ Brasil". Esses escassos minutos de frente acabam pesando pouco na média final da quadrisemana do Ibope. No último dia 2, a Record atingiu o clímax quando, pela primeira vez, teve picos com dois dígitos de audiência. Naquele dia, o "Cidade Alerta" avançou o horário e obteve 10 pontos entre 19h37 e 19h39, enquanto o "TJ Brasil" dava 7. Mas, para conseguir tal feito, a Record "derrubou" dois intervalos comerciais e ficou 52 minutos no ar ininterruptamente com jornalismo. "Acho que estamos perdendo terreno por causa das sucessivas mudanças nos horários", admite o jornalista Boris Casoy, apresentador do "TJ Brasil". "O compromisso do 'TJ Brasil' não é tanto com a audiência, mas com o prestígio. É um telejornal que não faz nenhum tipo de concessão à vulgaridade", completa Casoy. Bandeirantes O diretor-geral da Rede Bandeirantes, Rubens Furtado, também diz que não cede à tentação de "brigar" com a Record fazendo um jornalismo "apelativo". O "Jornal da Bandeirantes" (às 20h) tem obtido 2 pontos de média no Ibope. "A faixa das 18h às 20h virou terra de ninguém. Só dá polícia. Não é possível que isso continue dando certo", aposta Furtado. A Bandeirantes, segundo Furtado, vai tentar reagir em 97, com um "jornalismo crível". A estréia de Paulo Henrique Amorim (ex-Globo) no comando do "Jornal da Bandeirantes" está prevista para fevereiro. "Será um jornal de análise, próximo do telespectador", diz. A Band também planeja lançar um programa "meio jornalístico, meio show", às 18h, "para brigar com a Record, mas sem ser policialesco". Manchete A Manchete anuncia que vai continuar na briga em 97 priorizando a teledramaturgia e reforçando programas jornalísticos. "Vamos lançar um programa tipo 'Na Rota do Crime' médico", diz Osmar Gonçalves, 49, superintendente comercial das empresas Bloch. O programa vai mostrar o cotidiano de hospitais. Para o lugar de "Xica da Silva", a partir de maio, outra novela de época. Uma das candidatas é "Paixão", com personagens de Machado de Assis. Texto Anterior: Record e Manchete crescem e já disputam 3º lugar com a Band Próximo Texto: "Nunca tive tanta popularidade" Índice |
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