São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996 |
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Hamas anuncia abandono da violência
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Após intensas discussões internas, o grupo palestino Hamas (Movimento de Resistência Islâmico) decidiu adotar uma linha mais pragmática com relação a Israel, afastando-se do radicalismo de suas lideranças no exílio.O grupo anunciou na sexta-feira que vai abandonar progressivamente a violência como forma de protesto contra a paz de palestinos e israelenses. "Não vamos mais usar a violência para nos opor aos acordos de Oslo", disse à agência "Reuter" Saied Abu Musameh, uma das lideranças mais influentes do Hamas na faixa de Gaza. O novo estatuto do grupo não vai mais mencionar a "jihad" (guerra santa) contra Israel. Mas o texto não faz menção a um congelamento de atividades, para evitar reação de setores radicais. Os líderes dizem precisar de tempo para explicar a nova forma de atuação. Um novo conselho de líderes será composto. "Tomamos o primeiro passo para trazer o processo decisório para Gaza e Cisjordânia e para nos transformarmos num movimento pragmático, com o Hamas lidando mais com questões políticas, disse Ghazi Hamad, um líder do Hamas. Mas as lideranças em países como Líbano e Síria continuarão sendo ouvidas, pois são responsáveis por arrecadar fundos e conseguir armas para o grupo. Raízes O Hamas nasceu na faixa de Gaza em 1987, durante a ocupação israelense. Não reconhece a existência do Estado de Israel e é contra os acordos assinados por Iasser Arafat por que eles não prevêem a criação de um Estado palestino. Em fevereiro e março deste ano, o Hamas promoveu uma série de atentados a bomba que matou cerca de 70 pessoas em Israel. Após os ataques, uma ofensiva do governo autônomo palestino e de Israel enfraqueceu o grupo e aumentou as divisões entre os militantes e os pragmáticos. Os últimos defendiam o fim dos ataques, dizendo que eles estavam marginalizando o grupo. Outra mudança significativa nas diretrizes do Hamas é a decisão de buscar reconciliação com Arafat, que governa a faixa de Gaza e as cidades da Cisjordânia, exceto Hebron, cuja entrega está atrasada. Texto Anterior: Aviões de Israel atacam o sul do Líbano Próximo Texto: Corte dá vitória para oposição sérvia; protestos aumentam Índice |
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