São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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GP da Itália é corrida ultraconcorrida

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

É setembro e você resolveu ir a Milão. Fora de temporada, sem aquela turistada, bem melhor.
Mas, já no aeroporto, nenhuma locadora tinha carro. Ligou para 17 hotéis e até aquele proibitivo cinco estrelas estava lotado.
Tem alguma coisa acontecendo na cidade? E o italiano, como que olhando para um marciano, responde: "Formula Uno, capisce? Ferrari, Schumacher".
Não, não é exagero. Fim-de-semana de Grande Prêmio na Europa, principalmente na Itália, lembra Copa do Mundo.
É o caso de Monza, sede do histórico GP da Itália, a cerca de meia hora de carro de Milão. Ou de Silverstone, que abriga o concorrido GP da Inglaterra, onde uma viagem de 20 minutos pode durar quatro horas.
Basicamente é isso que você deve ter em mente se pretende encaixar uma ou mais etapas do Mundial de F-1 no seu roteiro de viagem.
Existem agências especializadas. Mas também dá para se virar sozinho. Antecedência e planejamento são fundamentais.
A seguir, algumas sugestões sobre os principais circuitos do campeonato. Em alguns deles, fica fácil entender o que é automobilismo.
Melbourne: estreou neste ano no Mundial. Como em Adelaide, vale pela animação dos australianos.
Buenos Aires: sai barato e a cidade é bem legal. O circuito é um pouco mal tratado. Use táxi.
Imola: a meia hora de Bolonha. Prefira o trem ao carro. O trânsito é insuportável no domingo. Não traz boas lembranças, mas é um belo circuito. A curva Tamburello, local do acidente de Ayrton Senna, virou ponto de peregrinação.
Montecarlo: é o mais charmoso e mais besta GP do calendário. É também onde o público tem mais contato com os pilotos. Na verdade, é uma grande bagunça. Trânsito insuportável. Fique em Nice e vá de trem. Ou, se você for milionário, hospede-se no principado e vá a pé, como fazem os Grimaldi.
Barcelona: o circuito é sem graça para o público e para os pilotos. A cidade, porém, é sensacional.
Montreal: Fora da Europa, os pilotos ficam mais acessíveis e o clima é de festa. O metrô deixa você no circuito. Hotel é problema.
Magny-Cours: a três horas de carro de Paris, fica no meio do nada. Falta hotel e alugar casa é opção viável. Vá de carro. Sem graça.
Silverstone: obrigatório. É um dos melhores do mundo. Cuidado com o trânsito. Tem uma belíssima livraria. Siga a dieta local, cerveja e um monte de coisas fritas.
Hockenheim: a meia hora de Heidelberg, é mais bonito de ver na TV. A alegre e embriagada torcida alemã, depois de Schumacher, comete alguns excessos.
Budapeste: péssimo para o público, compensa pela cidade.
Spa: o melhor circuito para a maioria dos pilotos. A diversão é ficar próximo à curva Eau Rouge e descobrir quem não tira o pé do acelerador -são poucos. Invariavelmente chove.
Monza: a Parabólica, que antecede a reta dos boxes, é outra curva que denuncia os pilotos. Não espere nada da organização italiana.
Estoril: circuito pouco interessante para o público. Vale pelo balneário e pela gastronomia local.
Suzuka: belíssimo circuito, instalado num parque de diversões. Opte por pacotes. Não há venda de ingressos -os compradores são sorteados no começo do ano.
Além desses, Interlagos, que merecia melhor tratamento, e Zeltweg (Áustria), que volta ao calendário em 97. Nurburgring (Alemanha) saiu. Mas vale visitar: é possível correr seus 23 km. Lembre-se de Lauda e tome cuidado.

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