São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 1996 |
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Indiferenciação
NELSON DE SÁ
A apresentadora da Record não escondeu o enfado ao anunciar a primeira manchete do noticiário, ontem. No SBT, a mesma coisa, a ponto de jogar o escândalo para o final das manchetes. - Nova denúncia envolve uma empreiteira, um ministro e a comissão de Orçamento. Envolver ou não ministro, não há novidade nem aí. Os escândalos vão passando, investigadores sobre investigadores surgem na televisão prometendo rigor e pressa, do calmo petista Hélio Bicudo ao tresloucado peemedebista Roberto Requião, mas já nem se trata de acreditar. Falam em pizza e até a expressão, antes de ironia, é agora aborrecida. Até porque os escândalos, como as CPIs, sofrem descarada manipulação. Vai saber por que o escândalo do líder do PTB veio a público. Vai saber por que o escândalo da lista do PPB veio a público. Vai saber por que, agora, o ministro do PFL está neste mais recente. Não que não mereçam estar, mas os que se posicionam do lado oposto não surgem mais confiáveis. Indiferenciados, estão se matando em "intrigas palacianas", como dizia Boris Casoy, por cargos, reeleição, eleições internas. * Estreou no Aqui Agora a reprodução de Cops, "tiras", programa americano. Na Rota do Crime, da Manchete, é copiado dele. Como nas novelas mexicanas, também aqui Silvio Santos economiza. Compra ações policiais de segunda mão, talvez de anos passados; certamente mais baratas, muitas vezes mais violentas. Ontem, segundo dia na nova atração, mais uma vez, como é regra, agora, era uma criança de colo o objeto da exploração sensacionalista. Nada que não se faça, por alguns pontos. Texto Anterior: 'Reeleição é o mais relevante' Próximo Texto: Pitta processa "FT" e pede indenização Índice |
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