São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 1996
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Gasto pode ir a US$ 100 por habitante

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Saúde, Carlos César de Albuquerque, afirmou ontem que pretende elevar o gasto federal com saúde por habitante dos atuais US$ 88,70 para US$ 100.
Albuquerque disse que chegou a hora de o governo priorizar a área social, porque antes tinha de se preocupar com a economia.
"O produto principal da estabilização econômica certamente é o resultado social. Eu tenho muita fé que isso (o aumento do gasto para US$ 100) irá ocorrer no decorrer do próximo ano."
Albuquerque disse que ainda não sabe como será possível aumentar o gasto per capita com saúde. Uma das hipóteses levantadas por ele foi a criação de fonte fixa de arrecadação para a saúde, como já acontece na educação.
"Por enquanto, teremos a CPMF. Ela irá nos ajudar a tentar sobreviver por pelos menos 13 meses." Uma das alternativas, na opinião de Albuquerque, poderá ser a vinculação orçamentária (obrigar por lei um investimento mínimo de Estados, municípios e União em saúde).
O novo ministro toma posse amanhã às 12h no Palácio do Planalto. Ele chegou a Brasília em um jato da Força Aérea Brasileira por volta das 16h45, acompanhado da mãe, da mulher e dos dois filhos.
O novo ministro deveria seguir para o Ministério da Saúde, onde se encontraria com o ministro interino, José Carlos Seixas. Entretanto, quando se aproximou do Ministério da Educação, pediu ao motorista que parasse.
Albuquerque encontrou-se com o ministro Paulo Renato Souza (Educação) -responsável por sua indicação- por quase duas horas.
Na saída, anunciou que o presidente do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), Barjas Negri, será seu secretário executivo.
A indicação de Negri é mais um sinal da ligação entre os ministérios da Saúde e Educação. Paulo Renato também explicou ao novo ministro da Saúde o funcionamento básico de um ministério.
Dívida
O cardiologista Adib Jatene assumiu o ministério em janeiro de 95 e permaneceu até novembro passado. Ele pediu demissão depois que a área econômica do governo se recusou a liberar R$ 1,6 bilhão que ele reivindicava para pagar dívidas que vencem até o fim do mês.
A dívida da saúde com fornecedores e prestadores de serviços é estimada em R$ 4,1 bilhões.

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