São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 1996
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Leilão da telefônica gaúcha anima Bolsas

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O bater de um martelo em Porto Alegre soou como música em São Paulo e no Rio de Janeiro, levando as Bolsas do Sudeste a fecharem em animada alta de preços.
A paulista Bovespa inverteu uma maré baixa (queda de 0,8% no final da manhã) e fechou ontem em alta de 1,95%. No Rio, a Bolsa subiu 1,01%.
O principal motivo da retomada nas cotações foi o bem-sucedido leilão de 35% das ações ordinárias (com direito a voto) da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações), primeira grande estatal do setor a abrir seu capital à iniciativa privada no país.
A gorda fatia da empresa foi vendida por R$ 681 milhões, com ágio de 54,8% sobre o preço mínimo estipulado pelo governo gaúcho. O comprador foi o consórcio liderado pela RBS Participações S.A. e integrado pela Telefónica Internacional de España, Telefónica de Argentina, Companhia de Telecomunicaciones de Chile e Citicorp.
Movidas a telecomunicações -a principal empresa do mercado de ações nacional é a Telebrás, holding federal das telefônicas-, as Bolsas viram no leilão uma senhora prévia do que será a privatização do setor, a partir de 97.
Resultado: Telebrás PN (sem direito a voto), que estava em queda pela manhã, chegando a R$ 76,20 por lote de mil, fechou com alta de 2,55%, a R$ 78,20.
A ação movimentou R$ 319,99 milhões no mercado à vista da Bovespa, que teve um movimento global de R$ 576 milhões.
Menos negociada, com giro de R$ 29 milhões, Telebrás PN subiu 3,77%, para R$ 71,50%. A Telesp também pegou carona no leilão da CRT e disparou 6,93%, para R$ 207,99 por lote de mil.
A terceira maior alta da Bovespa foi protagonizada por Bradesco PN. O papel, que vinha em franca queda de preços, recuperou-se 2,6% e fechou a R$ 7,49 por lote de mil, com movimento de R$ 24,3 milhões.
Ágio sobe a 8,79%
No mercado de câmbio, o dólar comercial, usado nas exportações e nas importações, subiu no início do dia, mas recuou no fechamento para R$ 1,0383 (-0,07%) na compra e R$ 1,0387 (-0,05%) na venda.
O ágio do paralelo continuou robusto, a 8,79% -o mais alto desde 16 setembro de 93. Operadores creditaram a alta ao velho "caixa 2" das empresas.

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