São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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Posto responsabiliza governo por reajuste

DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis), Gil Siuffo, disse ontem, por meio de nota oficial, que o governo pretende "eximir-se de responsabilidade" na questão dos aumentos da gasolina e do álcool.
Para ele, o governo tentou transferir a responsabilidade dos aumentos para as distribuidoras e revendas (postos de gasolina).
Siuffo disse que o DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) "estranhamente" desconheceu os efeitos dos aumentos seguidos do corte de subsídios para o álcool ao divulgar o reajuste entre 8% e 10% nos preços.
Segundo cálculos da Fecombustíveis, o custo para os revendedores aumentou 15,5% para a gasolina, 19,5% para o álcool e 8,9% para o óleo diesel.
Siuffo diz na nota da Fecombustíveis que em muitas cidades do país "os consumidores, revoltados, estão atribuindo aos postos de abastecimento aumentos acima dos divulgados".
Falta seriedade
Para ele, isso ocorre, porque "o cidadão acredita no que diz o governo". Siuffo acha, no entanto, que "boa informação exige seriedade, coisa que evidentemente vem faltando a alguns órgãos governamentais responsáveis pelo setor".
Para um executivo de uma distribuidora que preferiu não se identificar, o governo está no seu papel ao anunciar que vai investigar abuso nos aumentos de preço.
Na opinião desse executivo, o governo estaria jogando para a torcida, ao falar em investigação. O governo teria esquecido do fim do subsídio ao álcool na hora de anunciar o aumento, o que teria causado toda a confusão.
Aumento com CPMF
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Brasília, Carlos Reech, disse ontem à Folha que um novo aumento já pode ser previsto pelos consumidores em 23 janeiro, quando começa a ser cobrada a CPMF.
Para ele, da mesma forma como os postos foram obrigados a repassar agora os reajustes aplicados pelas distribuidoras, a CPMF será agregada ao preço final. Ele isentou o setor de responsabilidade pelos preços altos.
"Nós somos apenas a ponta do negócio e repassamos ao consumidor os aumentos do resto da cadeia", disse.
Reech acha que o governo deveria ficar mais atento ao movimento das distribuidoras, que venderam seus produtos, em Brasília, com reajustes de 16,30% a 18,55%.

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