São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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Governo erra ao subestimar aumento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da Fiscalização do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), Eduardo Santos, acha que o governo falhou ao subestimar o índice do reajuste dos combustíveis.
Para ele, o melhor teria sido que se apontasse o índice de 13% como "razoável", em vez dos 8% a 10,5% anunciados pelo secretário de Acompanhamento Econômico, Bolívar Moura Rocha. "O governo fez uma avaliação otimista", sintetizou Santos.
O diretor do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), Nelson Lins, sustentou ontem que ocorreram reajustes abusivos, que serão eliminados nos próximos dias com a concorrência.
Os distribuidores de combustíveis informaram ontem ao ministro Pedro Malan (Fazenda) que os reajustes dos combustíveis para o consumidor foram de 12,5% em São Paulo e 14% no Rio.
"Não pretendemos reduzir o preço porque só repassamos o aumento", disse o presidente do Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis, João Pedro Gouveia Vieira, após reunião com Malan.
Responsabilidade
O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis), Gil Siuffo, disse ontem, por meio de nota oficial, que o governo pretende "eximir-se de responsabilidade" na questão dos aumentos da gasolina e do álcool.
Para ele, o governo tentou transferir a responsabilidade dos aumentos para as distribuidoras e postos.
Siuffo disse que o DNC "estranhamente" desconheceu os efeitos dos aumentos seguidos do corte de subsídios para o álcool ao divulgar o reajuste entre 8% e 10,5%.
Aumento com a CPMF
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Brasília, Carlos Reech, disse ontem à Folha que um novo aumento já pode ser previsto pelos consumidores em 23 janeiro, quando começa a ser cobrada a CPMF.
Para ele, da mesma forma como os postos foram obrigados a repassar agora os reajustes aplicados pelas distribuidoras, a CPMF será agregada ao preço final. Ele isentou o setor de responsabilidade pelos preços altos.
"Nós somos apenas a ponta do negócio e repassamos ao consumidor os aumentos do resto da cadeia", disse.
Reech acha que o governo deveria ficar mais atento ao movimento das distribuidoras, que venderam seus produtos, em Brasília, com reajustes de 16,30% a 18,55%.

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