São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996![]() |
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Romance conta aprendizado de amor
FRANCISCO ACHCAR
É uma história de desapontamento, amargura, frustração e beleza. Trata-se de um aprendizado de amor, uma educação sentimental. A amargura se deve a que o verbo amar, que deveria ser tomado como intransitivo, acabou impondo indevidamente sua natureza transitiva. Em outras palavras: um pai emprega uma "fraulein", uma jovem alemã, Elza, para funcionar como governanta de seus filhos e introduzir o mais velho, Carlos, no conhecimento do amor (em sentido intransitivo, ou seja, o sexo). Mas ocorre aquilo que não devia ocorrer: o garoto se apaixona pela moça, e ela também, de certa maneira, se envolve com ele. Dessa experiência ficará para o protagonista um gosto doce-amargo, para sempre associado às "razões de ele saber alemão". Muito diferente de "Macunaíma", que Mário de Andrade escreveria no ano seguinte, este romance é mais convencional, mas é um dos marcos da nossa literatura moderna, seja como narrativa psicológica, seja como escrita literária inspirada na linguagem coloquial brasileira. Quanto à representação de comportamentos, ambientes e relações sociais, embora se trate de um livro desigual, encontra-se nele algo da acuidade que depois se fará presente nas melhores narrativas de "Contos Novos". Texto Anterior: Programa da UnB é opção ao vestibular Próximo Texto: Perfil é o mesmo há 20 anos Índice |
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