São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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'Amor' vem do conflito

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

As pessoas vivem reclamando de títulos brasileiros que trairiam o espírito dos originais. Às vezes, com razão. Outras, nem tanto.
"Amor, Sublime Amor" (TNT, 22h), que nunca frequentou assiduamente essas listagens, é um nome em parte equivocado.
A ele corresponde um musical não muito ameno, em que as fricções entre duas gangues de Nova York dão o tom. A música (de Leonard Bernstein) e a dança remetem, tanto quanto a ficção, a essa idéia: há uma tonalidade ácida no som e gestos pontiagudos como facas orientando a coreografia (de Jerome Robbins).
É verdade que, no meio disso tudo, rola o amor entre a garota de uma gangue e o rapaz de outra, já que se trata de uma versão moderna de "Romeu e Julieta".
Também é verdade que Natalie Wood e Richard Beymer, os amantes em questão, fornecem o devido substrato romântico à trama. Mas é inegável, da mesma forma, que a parte romântica é menos inspirada do que a referente à oposição entre gangues do West Side.
Em todo caso, o título também não é inteiramente inexato. Esse musical inovador, que avançou ousadamente sobre temas sociais, traz em si a idéia de sublimação, de transformação da impulsividade em cultura. É o que o diferencia da maior parte dos filmes atuais sobre o assunto.
(IA)

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