São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996 |
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Socialistas enfrentam a Justiça Partido do governo rejeita derrota LUCIA MARTINS
A informação foi divulgada ontem pela agência oficial do governo "Tanjug". A Justiça concordou que, naquela cidade, a oposição venceu o partido de Milosevic, obtendo 25 cadeiras no conselho municipal, contra 24 dos governistas. Segundo a rádio independente B-92, a comissão eleitoral da cidade ignorou a decisão judicial e confirmou os socialistas como vencedores da eleição, por 27 a 22. Os socialistas alegam que a decisão judicial que deu vitória à oposição foi política, e não baseada em irregularidades. A agência "Tanjug" disse que Milosevic pediu que a investigação continuasse. O presidente anulou o resultado das eleições, realizadas em 17 de novembro último, nas maiores cidades do país, onde o Partido Socialista foi derrotado. Smederevska Palanka (sul da Sérvia, 25 mil habitantes) foi a segunda em que a Justiça reavaliou a decisão de Milosevic. A primeira foi Nis, também no sul. Ontem, pelo 32º dia consecutivo, houve manifestações em Belgrado (capital do país). Essa foi a terceira vez que os manifestantes tentaram entrar na região e não conseguiram. Eles colocaram um cone (imitando um obelisco) que dizia "cidade proibida" em frente ao grupo de policiais. Não houve confrontos. O racha entre os dois grupos é claro. Eles fazem percursos diferentes, e os estudantes não poupam ataques. "Lutamos pela democracia, e não a favor da oposição", afirma a estudante de japonês Danka Ninkroske, 22. "Não acho que eles (a oposição) nem Milosevic sejam a solução para os problemas do país. Mas acho que a democracia e o respeito ao resultado de uma eleição são", reforça a estudante de arqueologia Mariha Diklic, 19. A oposição, por sua vez, nega que haja qualquer divergência entre eles e os estudantes e afirma que é bom que as manifestações ocorram em locais diferentes, porque isso intensifica os protestos. Partidários do presidente Milosevic fizeram ontem manifestações em localidades do interior do país. Os grupos pró-Milosevic acusaram os oposicionistas de serem uma "ferramenta dos inimigos da Sérvia". Texto Anterior: OEA faz reunião emergencial sobre crise de reféns Próximo Texto: Acusado de espionar se mata com um tiro; Israel volta a atirar mísseis contra o Líbano; Para russos, expansão da Otan é inaceitável; Mais seis pessoas são mortas na Tchetchênia Índice |
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