São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 1996
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Grupo ameaça matar todos, diz embaixador

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Esther Perez, mulher do embaixador do Brasil no Peru, recebeu ontem por volta das 8h15 de Lima (11h15 em Brasília) um telefonema do marido sequestrado.
Carlos Luiz Coutinho Perez disse que o clima na casa do embaixador do Japão era muito tenso e que os guerrilheiros ameaçavam a todo momento matar os reféns e se suicidar em seguida.
Perez afirmou que o telefonema havia sido uma determinação dos sequestradores para que o governo brasileiro pressionasse Alberto Fujimori (presidente do Peru) a aceitar suas reivindicações.
Esther Perez estava com o marido quando os guerrilheiros invadiram o prédio. Ela foi liberada com outras mulheres e idosos por volta das 23h30 de anteontem (2h30 de ontem em Brasília).
Filhos
O filho do casal, Carlos Perez Filho, que também é diplomata e mora na Bélgica, viajou ontem para o Peru. Outra filha, Ana Tereza Perez, casada com diplomata brasileiro, também viajou. Ana Lúcia, a filha caçula, ficou no Brasil.
O Itamaraty enviou ao Peru o embaixador Adolpho Benevides, assistente internacional do Estado-Maior das Forças Armadas.
Benevides, que viajou no início da tarde de ontem, acompanhará de perto as negociações entre o governo peruano e os líderes dos guerrilheiros. Ele só interferirirá se assim for solicitado por Fujimori.
O presidente Fernando Henrique Cardoso tentou falar com Fujimori durante todo o dia. Até as 18h30 de ontem, não havia conseguido. O Itamaraty afirmou que Fujimori tomou conhecimento das ligações de FHC, mas não pôde atender porque estava em uma reunião sobre o sequestro.
Segundo o porta-voz da Presidência, o embaixador Sergio Amaral, FHC queria ter informações mais detalhadas sobre o sequestro.
"O telefonema não tem intenção nenhuma de pressionar", disse ele. Ele afirmou ainda que FHC deve pedir o empenho de Fujimori para a libertação dos reféns.
Os contatos do governo brasileiro estão sendo feitos com o chefe de gabinete da chancelaria peruana, já que o ministro Francisco Tudela é um dos reféns.
O Itamaraty divulgou nota afirmando que confia nos esforços no governo peruano para garantir a integridade física dos reféns.

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