São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Telê inicia busca pelo tricampeonato

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo coordenador técnico do Palmeiras não assumiu o time com o discurso usual de prometer trabalho, dedicação, companheirismo etc. Telê Santana, 65, um dos treinadores com mais títulos no futebol brasileiro, é ambicioso.
Seu objetivo é conquistar, pela terceira vez, o título mundial interclubes, disputado anualmente no Japão.
Para isso, o Palmeiras precisa vencer a Copa do Brasil ou o Campeonato Brasileiro de 1997.
Com um desses títulos na mão, a equipe obtém o direito de disputar a Taça Libertadores da América.
O título da Libertadores vale para o vencedor o direito de disputar o Mundial.
Se tudo der certo, a torcida do Palmeiras pode reservar passagens para Tóquio para o final 98, quando o plano de Telê deve estar próximo do fim.
Ontem, a Parmalat (patrocinadora do Palmeiras) apresentou, oficialmente, Márcio Araújo, que será o técnico do time até Telê Santana ter totais condições de assumir o Palmeiras, que deve ocorrer em abril.
Telê está afastado do futebol desde 29 de janeiro de 1996, por causa de problemas vasculares.
*
Folha - Qual o seu principal objetivo no Palmeiras?
Telê Santana - Quero conquistar, pela terceira vez, o título do Mundial interclubes. É uma tarefa muito difícil. Sei disso, pois já conquistei por duas vezes esse título pelo São Paulo.
Folha - Como vai ser a divisão de trabalho com o Márcio Araújo?
Telê - O Márcio vai treinar o time e ficar no banco até eu voltar a ter totais condições de trabalho. Os médicos disseram que isso vai acontecer em abril, mas acho que pode ser antes.
Folha - Como o senhor recebeu o convite para dirigir o Palmeiras?
Telê - Fiquei muito feliz. Qualquer técnico ficaria contente de receber o convite de um clube com a estrutura e a tradição do Palmeiras. Comigo não é diferente.
Folha - O senhor pretende mudar o estilo da equipe, que antes era treinada pelo Wanderley Luxemburgo?
Telê - Não. O trabalho que o Wanderley fez foi muito bom. É só analisar os títulos que ele conquistou.
Folha - E reforços para o Paulista? O senhor já indicou nomes para a Parmalat?
Telê - Não indiquei ninguém. Acho que o elenco atual do Palmeiras é muito bom. Quando eu assumir o time vou ter mais certeza de seu potencial. Se houver necessidade de contratação de reforços, vou pedir.
Folha - O senhor vai cuidar das categorias de base do Palmeiras?
Telê - Vou observar os garotos e conversar com os técnicos. Se tiver algum com condições, vai passar a treinar com os jogadores profissionais.
Folha - Como está sendo a sua recuperação?
Telê - Muito boa. Estou fazendo fisioterapia e andando muito todas as manhãs. Isso me ajudará muito.
Folha - O senhor já voltou a jogar futebol?
Telê - Sim. Há algumas semanas, no meu sítio, fiquei batendo bola com meus netos e uns meninos da região. Foi uma sensação muito boa. Fiquei feliz.
Folha - Os médicos fizeram muitas restrições ao senhor?
Telê - Algumas. Tenho que fazer dieta. Estou evitando comer gordura. Mas não deixei de comer churrasco.
Folha - O senhor morava no CT do São Paulo quando treinava o time. Já pensou sobre sua nova rotina, agora no Palmeiras.
Telê - Vou procurar um apartamento. Minha mulher, Ivonete, vai morar comigo em São Paulo.
Folha - Como sua família encarou a volta ao futebol?
Telê - Eles me apoiaram muito. Mas decisão final de voltar foi só minha.

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