São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Cinema é cruel em 'Crepúsculo'

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Quem não vê "Crepúsculo dos Deuses" há tempos, ou nunca viu, hoje tem duas chances. Às 21h30 e às 3h30, o canal USA exibe o clássico de Billy Wilder em que a crueldade de Hollywood dá o tom.
Ou por outra: sobre a crueldade humana em geral. Mas o filme fixa-se sobre a maneira como ela se manifesta sobre seres que se expõem publicamente (no caso, a velha atriz Gloria Swanson) e sobre aqueles que aspiram à glória (como William Holden, que faz o roteirista).
Desordem sexual, certamente, mas não só. Arcand não foge à sua visão ("O Declínio do Império Americano"), um tanto perversa, à canadense, da libido. Desta vez, no entanto, chega a um equilíbrio entre a erotomania que observa e as consequências que tira daí.
O sexo é um vazio -como no 'Declínio'-, mas de ser o vazio por excelência, ele é antes de tudo a inscrição na carne de cada um do vazio de uma cultura errante.
(IA)

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