São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Motta pede, e PF abre inquérito para apurar o caso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o esquema de venda de concessões de rádios revelado ontem pela Folha. O inquérito foi pedido pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
O ofício de Motta foi encaminhado pela manhã ao ministro da Justiça, Nelson Jobim. À tarde, Jobim se reuniu com o diretor da PF, Vicente Chelotti, e determinou a abertura imediata do inquérito.
Na segunda-feira, Chelotti vai indicar o delegado que coordenará as investigações. O caso ficará na Divisão de Polícia Fazendária da PF, coordenada pelo delegado especial Edmo Salvatore.
Ontem mesmo Salvatore começou a montar o inquérito, relacionando os delitos que podem ter sido cometidos pelos envolvidos e preparando a jurisprudência necessária para eventuais pedidos de quebra de sigilo bancário e telefônico à Justiça. Esses pedidos serão feitos pelo delegado, posteriormente.
Base Aérea
Motta assinou na Base Aérea de Brasília o ofício a Jobim em que pede providências e apuração, pela Polícia Federal, da denúncia da existência de um esquema de cartas marcadas para outorga de concessões de rádios FM.
Na noite de quinta-feira, após atender a reportagem da Folha e negar seu envolvimento, o ministro ligou para Jobim para alertar sobre a publicação da informação.
Motta também convocou o consultor jurídico, Antonio Bedran, para operacionalizar as providências legais cabíveis.
Bedran e os principais assessores de Motta saíram do ministério às 23h30 de quinta-feira, após passar horas analisando o esquema.
Ontem cedo -após adiar o horário do vôo que o levaria a Belo Horizonte-, Bedran já estava à procura do ministro Nelson Jobim com o ofício assinado por Motta na Base Aérea.
Motta disse que achou a reportagem da Folha "muito bem embasada" e que ficou impressionado com as revelações. "Trata-se de uma quadrilha e vamos investigar o caso até as últimas consequências", afirmou.
Segundo ele, o presidente presidente Fernando Henrique pediu "extremo rigor nas apurações".
Motta voltou a afirmar que o ministério não liberou nenhuma concessão na área de radiodifusão e o que o esquema revelado pela Folha estava "vendendo fumaça".

Texto Anterior: Câmara decide investigar venda de concessões de FM
Próximo Texto: Beatriz diz estar "estarrecida"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.