São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996 |
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País pode ter 448 mil com o vírus HIV Número foi divulgado em Salvador AURELIANO BIANCARELLI
As estimativas foram divulgadas ontem em Salvador pelo Ministério da Saúde no encerramento do 1º Congresso Brasileiro de Prevenção das DST-Aids. É a primeira vez que o ministério faz e divulga essas previsões. Até agora, prevalecia estimativa da Organização Mundial da Saúde que apontava 500 mil infectados no Brasil. A Universidade de Harvard (EUA) fala em 1 milhão de portadores no país. Para chegar a esses números, profissionais de diferentes áreas reunidos pelo ministério consideraram os resultados do "sistema sentinela", que faz monitoramento em diferentes regiões do país. A partir desses dados, o ministério considerou que, entre adultos de 15 a 49 anos, há 26,9 milhões de pessoas em situação de alto risco para a Aids. Outros 36,7 milhões correm risco médio e 15,5 milhões têm baixo risco. Pedro Chequer, coordenador substituto do Programa Nacional de Aids, disse que números mais precisos só serão possíveis no ano que vem. O sistema sentinela estará implantado em 125 locais, detectando a prevalência e as formas de contaminação em todas as regiões do país. Alguns técnicos estimam que o número de portadores é maior que o anunciado. O total de casos notificados -doentes vivos e os que já morreram- é de 94.997. O próprio ministério, no entanto, admite um total que pode chegar a 130 mil por conta da subnotificação e atraso nas informações. Chequer acredita que o número de doentes tende a crescer nos próximos três a quatro anos. Nos anos seguintes deve haver uma estabilização seguida de queda. "Isso contando com as campanhas de prevenção", diz. Os custos Para calcular os custos indiretos da Aids, o ministério considerou uma vida ativa de 35 a 45 anos para o brasileiro. Considerou também que há 76 milhões de pessoas entre 15 e 60 anos e que a renda per capita dessa população é de US$ 8.000 por ano. Estimando-se que o HIV atinge 0,6% dessas pessoas, e admitindo-se que todos venham a desenvolver a doença, haveria uma perda anual de US$ 3,6 bilhões. Em dez anos -com um crescimento da taxa de infecção de 8% ao ano- as perdas acumuladas seriam de US$ 72 bilhões. Segundo Chequer, o ministério encomendará no próximo ano estudos mais precisos ao Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. O uso de novos medicamentos pode alterar muito os custos diretos da doença. Até o final dos anos 80, estima-se que um paciente custasse cerca de US$ 18 mil do momento em que caía doente até sua morte. A sobrevida média era de oito meses. Texto Anterior: Petista é nomeada secretária do PPB Próximo Texto: Celso Pitta divulga mais três secretários Índice |
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