São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Universidade pode ter novo vestibular

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os alunos que estiverem concluindo o 2º grau em 97 já poderão ingressar nas universidades por meios alternativos ao vestibular.
O ministro Paulo Renato Souza (Educação) afirmou ontem que aplicará em setembro exame nacional para alunos que estiverem concluindo o 2º grau. A pontuação obtida na prova poderá ser usada pelos alunos para pleitear vaga nas universidades.
Segundo ele, caberá às universidades decidir se querem ou não usar o exame para selecionar alunos. Mas haverá limite na porcentagem de vagas que poderão ser preenchidas por esse critério.
O objetivo dessa medida, segundo o ministro, é garantir o acesso à universidade a alunos que não frequentaram regularmente o 2º grau, como os que fazem supletivo. "Eles são a maioria dos brasileiros, não podemos cometer injustiça", disse Paulo Renato.
A expectativa do ministro é que boa parte das universidades adote medidas alternativas de ingresso já a partir de 97. Mas o vestibular deve continuar sendo o meio de seleção mais comum.
Modelo americano
O exame de conclusão do 2º grau será facultativo. Só farão a prova os alunos que quiserem. Quem for mal na primeira vez poderá refazer o exame no ano seguinte.
A estrutura do exame brasileiro será semelhante ao SAT (Scholastic Aptitude Test), prova de aptidão acadêmica para os estudantes norte-americanos que estão concluindo o 2º grau (high school).
O SAT é um teste de múltipla escolha com questões que deveriam ser de conhecimento dos alunos ao fim do 2º grau.
Quanto mais concorrida é a universidade, melhor tem de ser a pontuação dos candidatos.
Outra novidade é que os alunos poderão fazer o exame quando estiverem concluindo o 2º grau, mas só se candidatar à universidade no ano ou semestre seguinte.
Para Paulo Renato, a utilização do exame como meio de seleção vai "sofisticar o ensino superior" e diminuir drasticamente a importância do vestibular.
O ministro também anunciou ontem que irá apresentar até junho ao CNE (Conselho Nacional de Educação) proposta de reforma do ensino de 2º grau.
Entre as principais mudanças, estão a redução do número de disciplinas obrigatórias e uma orientação mais voltada para a profissionalização.
(DF)

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