São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Cage persegue a morte

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Despedida em Las Vegas" (HBO, 20h30) foi a maior surpresa do Oscar-95. Um filme feito com poucos recursos (US$ 3,5 milhões), por um diretor nem tão famoso assim (Mike Figgis), com um ator de altos e baixos (Nicolas Cage) e uma atriz apagada (Elizabeth Shue).
Para concluir, a história é o que há no ramo depressão: Ben é um roteirista de cinema alcoólatra, que troca Los Angeles por Las Vegas apenas porque ali os bares ficam abertos a noite inteira. Seu plano é beber até morrer.
Nisso, ele cruza com uma prostituta. Da conjugação entre seu plano inicial e esse encontro surgirá o filme.
É claro que o espectador disposto a passar duas horas sem compromisso fará bem a si próprio mudando de canal, aproveitando para tomar um banho, ou fazer uns drinques.
Os outros, porém, terão muito a ver, de um Nicolas Cage notável a uma Elizabeth Shue sublime. Mas, se a direção de atores (além dos atores, claro) foi essencial para o êxito do filme, talvez tenha sido ainda mais a ambientação.
Figgis não filma só alguém que se destrói, mas que se destrói com prazer. Que melhor imagem tumular corresponderia a tal idéia do que a Las Vegas nevoenta que nos mostra?
(IA)

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