São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Adeus ano velho

JUCA KFOURI

O ano de 1996 se recuperou no finzinho com a possibilidade da volta de Telê Santana ao futebol.
Mestre Telê está sendo objeto de uma atitude generosa por parte da Parmalat, que, cercada de todos os cuidados, talvez tenha dado ao extraordinário treinador a motivação que lhe faltava para vencer as ainda insistentes, embora cada vez menos frequentes, crises de depressão.
Telê respira futebol e andava precisando de alento.
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É evidente que o ano foi bom para a Portuguesa, ótimo para o Grêmio e para o Cruzeiro e excelente para Ronaldinho.
Mas foi mais um ano velho, antigo, ultrapassado, atrasado, no geral, para o nosso futebol.
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Repetiram-se os campeonatos sem sentido, os Estaduais deficitários e o nacional com suas fórmulas burras. Os dirigentes "amadores" prevaleceram mais uma vez.
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O Palmeiras começou 1996 maravilhosamente, graças a um esquadrão inesquecível, e terminou devendo.
O Santos começou muito mal e acabou promissor.
O Corinthians começou e acabou pessimamente, com apenas 4.000 torcedores em média no Campeonato Brasileiro, à frente apenas do Bragantino. Um escândalo!
E, pior, prova de que a fiel nem mais se revolta, apenas fica indiferente.
O São Paulo, pelo menos, conseguiu reabrir sua casa, o majestoso Morumbi, arruinado em gestões anteriores.
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O futebol carioca nem merece comentário, tamanhos foram os crimes cometidos contra seus quatro grandes clubes.
Já o futebol do Paraná cresceu e, tudo indica, virá para o pelotão de frente, como há anos estão centros como Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
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Da seleção brasileira tratamos anteontem. Muita espuma, muita empáfia, muita grana oficialmente e extra-oficialmente, e um bronze em Atlanta, recebido com vergonha por artimanha do descomando da CBF.
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O ano do futebol não foi aqui. Foi na Nigéria e, sobretudo, na Espanha.
Arriba 1997!
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Agradeço e retribuo as inúmeras manifestações carinhosas neste fim de ano, retribuo em dobro, e encerro com uma bela notícia: você está livre de mim por um mês.

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