São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996 |
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Condôminos se negam a participar de instalação
ERIKA SALLUM
A obra integra a mostra "Desexp(l)os(ign)ição", promovida pela Casa das Rosas, em homenagem aos 40 anos da primeira Exposição Nacional de Arte Concreta. Além dele, outros 12 artistas participam do projeto, como Lygia Pape e Alexandre Wollner. A instalação de Fiaminghi é um jogo de luzes e sombras formado com a própria iluminação do prédio, resultando em um quadro concretista de 20 andares. Para que a instalação funcione, é necessário que os funcionários do Parque Cultural deixem, à noite, a luz de determinados escritórios acesas e, dependendo do desenho elaborado pelo artista, vedem certas janelas com placas de feltro fornecidas pela Casa das Rosas. Porém, nem todos os condôminos concordaram em participar desse segundo painel (o primeiro foi de Maurício Lima Nogueira). Segundo Márcia Azevedo, assessora da direção da Casa das Rosas, o banco Baribas, localizado no sétimo andar, se recusou a tapar as janelas de seu escritório. "O gerente administrativo do banco, Léo Polato, não deixou a gente entrar no escritório e disse que não quer mais saber desse assunto." Procurado pela Folha, o gerente administrativo se mostrou irritado: "Estou abarrotado de trabalho. Isso aqui é um banco, não uma galeria de arte. Não vamos participar desse projeto". Polato se recusou a explicar por que não vai colaborar com a Casa das Rosas. A Folha apurou que vários funcionários têm reclamado de ter de recolocar, toda noite, o painel de feltro na janela. "Essas pessoas têm de ver que o projeto de usar as luzes do prédio, idéia do crítico Nelson Aguilar, faz com que elas passem a habitar uma obra de arte. É algo incrível", disse José Roberto Aguilar, diretor da Casa das Rosas. A mostra "Desexp(l)os(ign)ição" fica aberta até 12 de fevereiro. Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Painel antropofágico de Sérgio Ferro conta história de Curitiba Índice |
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