São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996
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Verdade budista enfrenta o sofrimento

ARTHUR VERÍSSIMO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O budismo é a única religião cujo fundador não se declara nem profeta de um deus nem o seu enviado e que, além disso, chega a rejeitar a idéia de um ser supremo.
Mas ele se proclama "desperto" (Buda), além de guia e mestre espiritual. A sua pregação tem por objetivo a libertação dos homens.
O fundador do budismo chama-se Siddharta Gautama, filho do rei Suddhoma e da rainha Mahamaya. O Buda nasceu, ao que tudo indica, em 558 a.C., em Lumbini, fronteira entre Índia e Nepal.
Ele morreu aos 80 anos. A tradição narra as experiências que conduziram à iluminação em Bodhygaya e às jornadas pelo norte da Índia como asceta itinerante.
A essência do budismo consiste no discurso de Buda logo após sua iluminação. Ele compõe as "quatro nobres verdades": sofrimento, causa do sofrimento (ignorância), caminho para a extinção do sofrimento e extinção do sofrimento.
Linhagem
Na tradição do budismo, Siddharta Gautama faz parte de uma linhagem de budas. O próximo será conhecido como Maitreya.
O budismo se disseminou e é praticado em países e regiões como China, Japão, Ásia Central, Butão, Nepal, Sri Lanka, Sudeste Asiático e Tibete.
Segundo a tradição, o budismo foi introduzido no Tibete pelo rei Songtsen Gampo (605-650), que possuía duas rainhas: Bhrikuti Devi, do Nepal, e Wen Cheng Konjo, da China. As duas eram budistas.
Existem numerosas linhagens do budismo no Himalaia e no Tibete. As quatro principais são: Kagyupa, Nyingmapa, Gelukpa e Sakyapa. Cada uma possui sua própria organização monástica e toda uma linha particular de ensinamentos rituais e meditativos.
Todas compartilham a tripla divisão da doutrina e da prática nos três yanas (veículos): hinayana (pequeno veículo), mahayana (grande veículo) e vajrayana (veículo diamantino).
(AV)

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