São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996
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Ieltsin volta ao Kremlin após cirurgia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente russo, Boris Ieltsin, voltou ontem ao Kremlin (sede do governo), cerca de sete semanas depois de ter sofrido a operação que o afastou das atividades.
Mais magro, Ieltsin, que foi operado em novembro para a colocação de cinco pontes de safena, disse estar "pronto para a batalha", "cheio de força e energia" e que a "Rússia precisa de um presidente ativo, de novas idéias e coragem".
Com a volta, Ieltsin deve começar de fato o seu segundo mandato. Depois de ter sofrido um ataque cardíaco antes de ser reeleito, no dia 3 de julho, os médicos acharam melhor que ele se afastasse temporariamente da rotina.
O líder comunista de oposição, Guennadi Ziuganov, disse, em entrevista, que Ieltsin ainda não está em condições de governar o país.
"Mesmo quando estava saudável e sóbrio não pôde dar conta de nenhuma das questões que o país enfrentava. Na situação atual, o presidente deve trabalhar pelo menos 15 horas por dia, e Ieltsin é incapaz de fazê-lo."
Embora os médicos tenham dito que Ieltsin está se recuperando bem e que pode trabalhar por "mais de uma década", Michael DeBakey, o cirurgião norte-americano que acompanhou os médicos russos, alertou que o presidente não estaria capacitado para trabalhar mais do que oito horas por dia e que deve limitar a quantidade de bebidas nas festas de fim de ano.
Entre suas prioridades, Ieltsin mencionou a solução dos problemas de salário e pensões e da reforma militar. Reafirmou também que tem como prioridade a resolução do conflito político na Tchetchênia, processo que, em sua opinião, "avança passo a passo, ainda que com dificuldades".
O porta-voz do Kremlin, Serguei Iastrjembski, disse que Ieltsin se reuniria ontem com o chefe da administração da Presidência, Anatoli Tchubais, e que vai se encontrar hoje com o primeiro-ministro, Viktor Tchernomirdin.
Ieltsin falou ontem pelo telefone com o primeiro-ministro britânico, John Major, e chegou a uma acordo acerca da data da visita do premiê ao país. Segundo a assessoria de imprensa do Kremlin, Ieltsin "expressou a sua esperança de que o Reino Unido leve a cabo sua política na Europa, tendo em conta os interesses da Rússia no que diz respeito aos planos de ampliação da Otan (aliança militar ocidental) até o leste".
O irmão mais novo do ex-chefe do Conselho de Segurança da Rússia Alexander Lebed, venceu a eleição para governador da República da Khakássia (Sibéria). Em uma das 15 eleições regionais realizadas no sábado, Alexei Lebed teve 71% dos votos.

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