São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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Bate-papo causa fila de espera

ESPECIAL PARA A FOLHA

Ninguém sabe dizer quantos, mas os internautas que gostam de bater papo na Internet são muitos. Basta fazer a experiência de, no horário de pico, entre 18h e 22h, tentar entrar numa sala virtual, em um dos "sites" (endereços) que oferecem esse serviço. Na maior parte das vezes, espera-se muitos minutos. É como se houvesse fila na porta.
Participar desses bate-papos, ou "chats" (do inglês), é o passatempo preferido de internautas no mundo todo e um dos mais atraentes da Internet. Um empresário do interior paulista, que prefere manter o mesmo anonimato que o protege durante as conversas virtuais, explica a razão. Com 38 anos, casado, uma filha, ele usa o micro quase todas as noites para encontros que jamais teria.
Seu "nick" (pseudônimo) é atraente, e sua conversa, picante. "Aqui, a gente se solta. Dá para ser quem a gente quiser", diz ele. A mulher não gosta muito da idéia. "Ela passa por mim e diz: 'olha, isso aí ainda vai acabar em namoro', e eu dou risada."
O empresário não chegou a tanto, ainda. Mas uma fisioterapeuta paulista, 32 anos, também casada, duas filhas, diz que gosta de bater papo na Internet porque consegue falar de assuntos que nunca aborda com o marido.
"Já transei com um homem pelo computador. Foi uma transa somente virtual, mas muito excitante", conta.
O marido jamais ficou sabendo, e o casamento, diz ela, vai bem.

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