São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996 |
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Protestos põem Belgrado em alerta
LUCIA MARTINS
Anteontem, o Partido Socialista convocou os seus correligionários a participarem do maior ato pró-presidente Slobodan Milosevic. O partido estaria organizando carreatas de ônibus para levar 400 mil pessoas a Belgrado ontem. O protesto aconteceria no centro de Belgrado, a apenas 200 metros de onde a oposição organiza manifestações diárias de protesto contra o governo socialista. Ontem, haveria o 36º dia de protestos. A oposição, reunida numa coalizão chamada Zajedno (Unidos), exige que o governo volte atrás em sua decisão de anular o resultado das eleições em 15 cidades onde a oposição foi vitoriosa, no último dia 17 de novembro. Confrontos O presidente avaliou que houve irregularidades e fraudes e deu a vitória para o seu partido. Na semana passada, uma comissão da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa) foi a Belgrado para investigar o processo eleitoral, mas ainda não deu nenhum parecer. O grupo da OSCE foi liderado pelo ex-premiê espanhol Felipe González. Desde que as manifestações começaram em Belgrado até anteontem, não houve registro de confrontos entre manifestantes (tanto da oposição quanto dos estudantes) e polícia. Mas, segundo a agência de notícias independente "Beta", na noite de anteontem houve confrontos entre cerca de 20 mil manifestantes pró-Milosevic e membros da oposição na cidade de Valjevo (40 km ao sudeste de Belgrado). Pedaço de pão Anteontem, pela primeira vez, o patriarca ortodoxo Pavle, 82, se manifestou e pediu que a Zajedno cancelasse os seus protestos de ontem. Segundo ele, havia grandes riscos de choques e luta armada. Em seu discurso de anteontem para cerca de 80 mil pessoas no centro de Belgrado, o líder da oposição, Vuk Draskovic, convocou apoio para o protesto de ontem. "Cada um deve trazer mais cinco pessoas", disse. E acrescentou: "Tenho pena dessas pessoas (os manifestantes pró-Milosevic) que virão aqui amanhã (ontem) por um pedaço de pão. Não tenham medo deles. São covardes, e nós não queremos violência". Draskovic tem repetido sempre, em seus discursos diários, que não quer violência. Texto Anterior: Reféns ganham panetone de Natal Próximo Texto: Encontro não gera acordo sobre Hebron Índice |
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