São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PMDB propõe dividir cargos entre partidos

Wilson Campos (PSDB) é obstáculo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB quer negociar com o PFL e o PSDB, na primeira semana de convocação extraordinária, a composição de uma Mesa Diretora pluripartidária na Câmara.
O partido argumenta que esse acerto vai garantir a aprovação da emenda da reeleição.
O maior obstáculo a esse entendimento é a candidatura do deputado Wilson Campos (PSDB-PE) à presidência da Câmara.
A candidatura de Wilson Campos não conta com o apoio da cúpula tucana.
Hoje, está acertado que o PFL deve ficar com a 1ª vice-presidência.
Condição
A cúpula do PMDB afirma que dificilmente o partido vai aprovar a emenda da reeleição antes de garantir a eleição do líder Michel Temer (SP) para a sucessão de Luís Eduardo Magalhães (PFL-PE).
O vice-líder Eliseu Padilha (RS) afirma que não há um condicionamento automático entre a aprovação da emenda que permite a reeleição e a escolha do novo presidente da Câmara.
Mas adverte: "Sem o acordo, vai ser difícil segurar a bancada. Estamos trabalhando a candidatura do Temer há um ano".
O líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), lançou uma proposta na mesa de negociações para forçar a retirada da candidatura de Wilson Campos.
Pela proposta de Inocêncio, o PFL cederia a 1ª vice-presidência aos tucanos. Dessa maneira, Campos poderia ser vice-presidente da Câmara e do Congresso.
O candidato do PSDB descartou, porém, essa possibilidade.
"Estou trabalhando a minha candidatura desde janeiro. Tenho que, pelo menos, honrar a minha palavra com os companheiros", afirma o deputado.
PPB
Nas negociações de janeiro, o PMDB vai oferecer um cargo importante na Mesa da Câmara ao PPB de Paulo Maluf.
O objetivo dos peemedebistas é dividir o partido, que tem como candidato à presidência da Câmara o deputado Prisco Viana (BA).
Outro obstáculo ao PMDB é que Inocêncio ameaça relançar a sua candidatura se Iris Rezende (PMDB-GO) insistir em disputar a presidência do Senado com Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Padilha não acredita na pressão de qualquer deputado sobre o Senado: "Já vi bancada de deputados comandada por um senador, mas não conheço bancada de senador comandada por deputado".

Texto Anterior: PMDB vai propor acordo para formar chapa pluripartidária
Próximo Texto: Maluf diz que auditoria do BB é 'fajuta'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.