São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Prioridade não é educação e saúde, diz PT

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investimentos sociais -sendo saúde e educação, os principais- mantiveram patamares muito semelhantes nos últimos três governos, em São Paulo: Orestes Quércia (87/91); Luiz Antonio Fleury Filho (91/94) e o atual, Mário Covas (iniciado em 1995).
A avaliação é do economista e coordenador da liderança do PT na Assembléia, Antônio Dória, autor de um estudo comparativo das performances governamentais desde Paulo Maluf (79/82).
"A curva do gasto percentual comparado à despesa total nas áreas de educação, saúde, segurança, trabalho, cultura, assistência social e segurança pública, tem variado pouco, principalmente depois do governo (André Franco) Montoro (83/86)", disse Dória.
Desafio
O economista identifica uma redução estrutural do gasto social no Estado. "Não é coisa do Covas, mas é uma tendência que não está sendo revertida", afirmou.
"Reverter essa tendência é o desafio de qualquer governante", disse Dória, que na última campanha eleitoral para o governo paulista participou da formulação do programa de governo do candidato do PT, José Dirceu.
O estudo demonstra que a receita do Estado sofreu aumento real (acima da inflação) de 48% entre 1982 e 1995. A receita por habitante também é crescente. Subiu 50% no mesmo período, segundo Dória.
São Paulo tradicionalmente trabalhou com déficits orçamentários (diferença entre o que arrecada e o que gasta) baixos.
Mas a partir do governo Quércia, os gastos se elevam e o déficit começa a aumentar.
O estouro nos gastos acontece na metade do governo Fleury, quando o endividamento do Estado também atinge seu pico. São estouros anuais entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.
"É preciso priorizar os cortes para reduzir o déficit. Mas o equilíbrio de caixa só faz sentido acompanhado de políticas para a recuperação do enorme déficit social", argumentou o economista.
(SQ)

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