São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Acordo para Hebron pode sair em 96

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, disse ontem esperar que o acordo para a retirada israelense de Hebron seja assinado até o fim do ano.
A declaração foi dada a um grupo de parlamentares palestinos. Eles se reuniram com Arafat em Ramallah para discutir os progressos das negociações.
"Se os israelenses cumprirem suas promessas e os planos acertados será possível concluir um acordo nos dias 30 e 31 de dezembro", disse Abu Ziyad.
O prognóstico de Arafat foi confirmado por um negociador israelense, que disse a repórteres na noite de terça-feira que espera um acordo até o fim do ano.
O parlamentar palestino disse, porém, que Arafat está cauteloso, pois "o governo israelense tem ignorado seus compromissos".
Se tudo der certo, a retirada de contingente israelense de Hebron deve ser concluída em 5 de janeiro. Passará para o controle palestino 80% do território da cidade.
Na terça-feira, um encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e Arafat aparentemente encerrou o impasse para um acordo sobre Hebron.
A cidade deveria ter sido entregue em março, mas a retirada israelense foi suspensa após uma série de ataques suicidas cometidos por terroristas islâmicos.
Dennis Ross, enviado dos EUA ao Oriente Médio, retornou anteontem ao seu país para relatar ao presidente Bill Clinton os progressos nas negociações. Ele disse que pretende voltar à região para a assinatura do acordo sobre Hebron.
Enquanto as gestões para o acordo prosseguiam, a violência voltou a irromper na cidade. Uma bomba incendiária foi jogada perto de um encrave judeu, mas não houve feridos nem danos materiais.
Guerra
O vice-comandante do Exército de Israel disse ontem que o país está se preparando para uma possível confrontação militar com a Síria no ano que vem.
"Neste ano estamos direcionando o treinamento para enfrentar o Exército da Síria", disse o general Matan Vilnai à TV israelense.
No início da semana, o chefe do setor de inteligência da Força Aérea israelense afirmou que a chance de uma guerra com os árabes não pode mais ser considerada pequena. O maior risco de confronto seria com a Síria.
A Síria reivindica a devolução por Israel das colinas do Golã, conquistadas na guerra de 1967.
As negociações sobre a devolução do território estão paralisadas desde a posse de Netanyahu.
Babá
Tanya Shaw, a babá que foi despedida pela mulher de Netanyahu, Sara, está pedindo na Justiça indenização de US$ 36 mil.
Ela foi despedida por ter deixado a sopa queimar e afirma ter sido maltratada pelo casal Netanyahu. O dinheiro pedido por ela corresponde ao pagamento de horas extras.

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