São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 1996
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Polícia usa disfarce em blitz na praia

FAUSTO SIQUEIRA; FABIO SCHIVARTCHE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

FABIO SCHIVARTCHE
Investigadores da Polícia Civil estarão circulando à paisana a partir de hoje entre os banhistas da praia da Enseada, no Guarujá.
O objetivo é flagrar autores de eventuais depredações contra as faixas e placas instaladas pela SMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) que sinalizarão os 1.200 metros impróprios para banho de mar na Enseada.
A medida é resultado de inquérito policial instaurado pelo delegado Walter Dualibi Júnior, motivado pela retirada por desconhecidos da placa com a inscrição "praia imprópria para banho de mar", instalada na última terça-feira. A placa foi encontrada no dia seguinte dentro de um córrego.
Ontem a Folha esteve novamente na praia da Enseada e observou centenas de banhistas na área interditada. A grande maioria não sabia que a qualidade da água está imprópria.
"Cheguei hoje de Piracicaba e não estava sabendo de nada", disse o comerciante Luiz Bocatto, 30, que brincava com suas filhas na água, na tarde de ontem.
Segundo Dualibi, os infratores estão violando o artigo 36 da Lei das Contravenções Penais.
O artigo determina punição de dez dias a dois meses de prisão para quem destruir ou remover sinalização pública destinada a evitar perigo.
Dualibi disse que se alguém contrair doença em razão da falta de informação e vier a morrer, o autor do delito responderá por homicídio culposo.
A Cetesb (agência ambiental paulista) informou que vai recolocar as faixas e placas hoje.
Operação Praia Limpa
A principal novidade da Operação Praia Limpa deste ano é a melhora na divulgação da balneabilidade das praias do litoral paulista.
Os boletins devem representar a média das últimas cinco medições, segundo norma federal. Mas até hoje as aferições da qualidade da água em todas as praias eram feitas a cada cinco dias.
A partir deste verão, serão realizadas medições diárias em 40 praias. Os resultados serão passados pela diretoria técnica em São Paulo diretamente às praias por meio de pagers (bip), onde funcionários afixarão placas com tarja vermelha (praia imprópria para banho) ou verde (praia liberada).
A SMA também está instalando 1.300 lixeiras nas praias e orientando 500 monitores para informar os banhistas.

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