São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 1996
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Países ricos oferecem apoio a Fujimori

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grupo dos países mais ricos do mundo manifestou ontem seu apoio aos esforços do governo peruano para solucionar a crise dos reféns na residência do embaixador japonês em Lima.
A crise completa hoje 11 dias. Guerrilheiros do MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru) tomaram a residência durante uma festa e aprisionaram cerca de 500 pessoas.
Continuam em poder dos sequestradores 103 reféns, incluindo membros do ministério peruano, embaixadores, funcionários diplomáticos e empresários de companhias japonesas.
Os cerca de 20 guerrilheiros exigem a libertação de 400 militantes do MRTA detidos.
O G-7 (EUA, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão), mais a Rússia, emitiu declaração em Paris reafirmando "o princípio geral segundo o qual concessões não devem ser feitas ante uma ação terrorista".
O comunicado manifesta o apoio aos "esforços do governo peruano em solucionar a crise de maneira pacífica, com o objetivo principal de proteger vidas humanas".
Os países do grupo dizem estar preparados para ajudar o governo peruano, caso isso seja solicitado.
O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, escreveu nesta semana aos líderes do G-7 e ao governo peruano propondo a tomada de uma posição comum sobre a crise.
Entre as propostas de Ieltsin está o envio ao Peru de esquadrões antiterroristas e o estabelecimento de um quartel-general comum para coordenar a operação de libertação dos reféns em Lima.
Fontes do governo peruano disseram à agência "Reuter" que um avião espião dos EUA tem realizado vôos noturnos sobre a casa para obter informações que seriam usadas em uma possível operação de resgate dos reféns.
Em julho, os países do G-7 e a Rússia aprovaram medidas para fortalecer o combate ao terror.
Problemas de saúde
Um médico libertado no domingo pelos guerrilheiros disse que três reféns estão com graves problemas de saúde.
São eles o embaixador da República Dominicana, José Díaz Valdepares, o presidente da Corte Suprema, Moisés Pantoja, e o vice-ministro das Minas e Energia, Juan Mendoza.
A informação foi dada pelo médico Víctor Lucero ao jornal "El Comercio". O embaixador é diabético, o chefe da Suprema Corte é hipertenso e o vice-ministro sofre de hérnia. O embaixador dominicano no Brasil, Ciro Amaury Dargam, vai hoje a Lima para tentar negociar a libertação de Díaz.
O jornal japonês "Sankei Shimbun" disse ontem que os serviços de segurança peruanos acreditam que o MRTA teve o apoio do grupo guerrilheiro japonês Exército Vermelho para a tomada dos reféns.

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