São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
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'Fuga' representa economia de até 30%

FREE-LANCE PARA A FOLHA; DA REPORTAGEM LOCAL

Além da melhor qualidade de vida, mudar para regiões do interior próximas da capital representa uma boa economia. O preço do metro quadrado de áreas de bom padrão nas cidades vizinhas à São Paulo pode ser 5% a 30% menor que o valor da capital.
"Isso equivale a mais um dormitório", diz Márcio Barbado, presidente Habicamp (entidade das empresas imobiliárias de Campinas e região).
Para a operadora de telemarketing Heloísa Galassi, a mudança representou economia e a realização de um sonho. "Vou pagar prestações mensais de R$ 600 -o mesmo valor do meu aluguel em São Paulo- e ainda terei um condomínio mais barato, com muito mais área e lazer. Tudo meu."
Prazos maiores
A ampliação do prazo de pagamento provocou um significativo aumento na venda de lotes em cidades próximas a São Paulo.
Com prazos mais elásticos, o valor das prestações mensais ficou menor e deu mais folga ao orçamento do comprador.
"Até pouco tempo, vendíamos com prazo reduzido, com receio de instabilidade na economia. Há quatro meses, aumentamos o prazo e as vendas melhoraram", diz Hélio Alterman, 39, diretor da Proinvest, que comercializa o loteamento Residencial Fazendinha, em Cotia (Grande São Paulo) , em até 40 meses.
A imobiliária Lopes é outra que colheu bons resultados com a ampliação do prazo de pagamento.
Em outubro, a empresa lançou o loteamento Arujá Hills 3, com um total de 460 lotes, e já vendeu 90% deles. Antes, os Arujá 1 e 2 também foram vendidos rapidamente.
Há cerca de dois anos a Lopes fez uma pesquisa que indicou a necessidade de ampliar o prazo. Passou, então, a vender lotes em até 100 prestações (vendia em até 60).
"Com o prazo longo, dá para comprar o terreno e fazer a construção da casa ao mesmo tempo", diz o gerente de marketing da imobiliária, Fábio Soltau, 36.
A empresa vende, por exemplo, o loteamento Aruã Eco Park em cem meses. A prestação mensal de um lote fica a partir de R$ 247.
"Não vendemos à vista quase nenhum lote", diz Isabel Martins, 40, gerente da Bonsucesso Empreendimentos, que vendeu 80 das 100 unidades do Residencial Vaiente desde fevereiro passado.
A velocidade de vendas do Residencial Cantareira surpreendeu a corretora Márcia Ruzzanti, 30, da imobiliária Parque Petrópolis. O empreendimento teve 112 dos 124 lotes vendidos. "Foi muito além das expectativas", diz Márcia.
Espaço
A maioria dos lotes disponíveis no entorno de São Paulo tem mais de 300 m² de área, o que garante espaço livre -item fundamental para os "fugitivos" da balbúrdia paulistana. Os loteamentos também oferecem boa infra-estrutura de segurança e de lazer.

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