São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Saúde é a área-problema

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nenhuma das cinco áreas prioritárias colheu tantos problemas nos dois últimos anos quanto a saúde.
A descentralização na administração de recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) foi implantada em ritmo lento. Dos 4.976 municípios brasileiros, só havia 137 em gestão semiplena ao fim de 96.
O combate às fraudes na cobrança pelos serviços evoluiu lentamente. Houve queda significativa das internações (quase 2 milhões em dois anos), mas os gastos permaneceram quase inalterados.
Em 95 e 96, o Ministério da Saúde fez 4.670 auditorias para detectar fraudes nos hospitais. Foram identificadas irregularidades em pelo menos 1 milhão de cobranças por internações, mas estima-se que o ministério ainda perde R$ 1,3 bilhão por ano com fraudes.
O ex-ministro Adib Jatene pediu demissão em novembro passado, reclamando da falta de compreensão da equipe econômica na liberação de verbas suplementares.
Antes, enfrentou três crises: as mortes de pacientes de hemodiálise em Caruaru (PE), de 99 idosos na Clínica Santa Genoveva (RJ) e de 35 recém-nascidos no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista (RR).
Sua maior vitória foi a aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), trazendo recursos adicionais de aproximadamente R$ 5 bilhões. O ministério encerra 96 com uma dívida de R$ 4,1 bilhões e a ameaça dos hospitais credenciados ao SUS de suspender o atendimento.

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