São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Coréia do Norte se desculpa com a do Sul

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Coréia do Norte pediu desculpas à Coréia do Sul e expressou "profundo arrependimento" pela incursão de um submarino seu em águas sul-coreanas em setembro passado.
O texto, de menos de seis linhas, foi divulgado pela agência de notícias oficial norte-coreana, a "KCNA". Nele, o governo comunista de Pyongyang diz que o incidente não vai se repetir.
Um submarino classe Shark encalhou junto à costa da Coréia do Sul, e 26 soldados norte-coreanos desembarcaram. Mais de 60 mil soldados foram mobilizados pelo governo de Seul na caçada aos invasores.
Em aparente suicídio coletivo, 11 foram encontrados mortos, e 14 morreram em confrontos. Um espião foi detido e o restante está desaparecido até hoje.
Caminho aberto
O governo sul-coreano recebeu com cautela o pedido de desculpas, mas disse que ele abre caminho para que seja retomadas as negociações para um acordo de paz definitivo para a Guerra da Coréia (1950-53) que dividiu a península.
"O pedido de desculpas da Coréia do Norte é curto e ter expressões indiretas, não respondendo totalmente os danos e sofrimentos causados ao povo da Coréia do Sul", disse o chanceler Yu Chong-ha.
Até hoje, há apenas um armistício em vigor entre os dois países. Além de elevar a tensão militar na região, o incidente com o submarino pôs em risco um acordo obtido em 1994 para congelar o programa nuclear norte-coreano.
Analistas sul-coreanos disseram duvidar da sinceridade da declaração e encararam a decisão como um atitude desesperada do país para conseguir ajuda humanitária dos EUA.
O país atravessa uma grave crise de produção de alimentos, e todo o auxílio que recebia foi congelado após o incidente.
O texto é resultado de intensas negociações entre diplomatas dos EUA e da Coréia do Norte em Nova York.
Os americanos exigiram que os termos do pedido de desculpas fossem aceitáveis por Seul, que, à época, classificou a invasão de "provocação militar".

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